O desafio de deixar de ser o herói para criar heróis

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Existe uma armadilha comum na liderança: a síndrome do super-herói. Aquela necessidade de estar sempre à frente, apagando incêndios e resolvendo tudo.

À primeira vista, pode parecer algo positivo, mas, na prática, é um desastre.

Liderança não é sobre ser o mais forte ou o mais rápido. É sobre criar um ambiente onde as pessoas possam crescer, contribuir, brilhar e se destacar.

Quando o líder se apega à ideia de ser indispensável, ele sufoca o potencial do time. Em vez de capacitar as pessoas, as torna dependentes. O que deveria ser um time forte e autônomo se transforma em um grupo passivo, esperando que o "herói" venha salvar o dia.

A lógica contraintuitiva da liderança é trabalhar para se tornar dispensável.

Isso significa delegar de verdade, confiar na capacidade dos outros e criar espaço para que as pessoas desenvolvam suas próprias habilidades.

É um exercício diário, especialmente no início. Entender isso significa deixar de buscar o protagonismo para se tornar o mentor que ajuda a formar outros protagonistas.

Criar heróis dentro do time é o que realmente define uma liderança de sucesso.

Não é sobre manter o controle de tudo, mas sobre distribuir responsabilidades de forma estratégica. Empresas e líderes só têm a ganhar quando cada pessoa entende seu papel e se sente capacitada para tomar decisões.

No final das contas, o que importa é o legado que deixamos como líderes. E esse legado não é medido pelas vezes em que você foi o herói, mas pela quantidade de heróis que você ajudou a formar.

Sylvestre Mergulhão, CEO da impulso.

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