A forte demanda por segurança contra os crimes cibernéticos deve impactar positivamente o resultado anual da BRToken, fabricante brasileira de soluções em autenticação forte com assinatura eletrônica de transações, apesar da crise mundial. A empresa espera fechar 2009 com faturamento de R$ 3,5 milhões, o que, se confirmado, representará um crescimento de 40% em relação aos R$ 2,5 milhões registrados no ano passado. A projeção otimista tem como base o desempenho alcançado nos primeiros oito meses do ano.
Segundo seu diretor comercial, César Lovisaro Neto, 70% da previsão de faturamento para este ano já foi alcançada. "O resultado foi excelente. Nossos clientes são instituições poderosas e exigem um nível de tecnologia de primeiríssima linha. Se estamos satisfazendo esse nível de exigência quer dizer que fizemos a nossa lição de forma correta e assim continuaremos." Em 2010, a empresa espera dobrar sua receita e fechar o ano com faturamento de R$ 7 milhões.
O executivo atribui o resultado às ações da empresa para conquistar mercado e na demanda por segurança contra os crimes cibernéticos, que não param de crescer. Em 2005, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou perdas da ordem de R$ 300 milhões com esse tipo de crime. Hoje, estima-se que sejam da ordem de R$ 1 bilhão. "Os ataques reportados não param de crescer", observa Lovisaro, que lança mão de dados do Cert.br, que, segundo ele, mostram claramente que a partir de 2006, [os ataques] "tornaram-se elevados , em 2007 caíram um pouco devido à proteção e aos cuidados que começaram a ser tomados. Em 2008, porém, voltaram a crescer e, no primeiro semestre deste ano, já atingiram a mesma marca do ano passado inteiro."
Segundo ele, a BRToken oferece linha de produtos que proporciona mais segurança do que os produtos convencionais. "Esse é um trabalho constante. Para nós, é de fundamental importância nos manter sempre atualizados e em constante desenvolvimento tecnológico para estar sempre à frente, desenvolvendo softwares e nos antecipando aos problemas para oferecer soluções aos riscos que surgem a cada dia", diz Lovisaro.
De acordo com ele, até 2008, a empresa comercializou 80 mil tokens, mas espera que essa cifra quintuplique neste ano, chegando a 400 mil unidades. "Se levarmos em conta os dados da última edição do Anuário de Bancos; considerarmos que cada um dos 27,7 milhões de correntistas pessoa física corresponde a um token e que cada uma das 4,8 milhões de contas de pessoa jurídica utiliza pelo menos dois desses equipamentos; e imaginarmos que 30% desse mercado utilizem token, teremos 39,3 milhões de tokens. Esse número, em 2008, foi estimado em 32,5 milhões de clientes com contas correntes ativas que se utilizavam dos serviços bancários via internet banking."
Com base nesses números, Lovisaro diz que o total que a BRToken pretende comercializar neste ano corresponde a pouco mais de 1% desse mercado. Para 2010, a empresa prevê a comercialização de 1 milhão de unidades, o que elevará sua participação nesse mercado para pouco mais de 3% desse total.
- Longe da recessão