Seguindo o que o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Pauletti, já havia frisado, empresários do setor de telecomunicações voltaram a reiterar que o Brasil não corre risco de sofrer um "caladão", a interrupção total nos serviços de telecomunicações.
O diretor de estratégia corporativa da Oi, João de Deus, afirmou que as empresas têm investido em novas tecnologias, segurança e dispositivos que permitem atender à demanda brasileira. Além disso, segundo ele, as redes das empresas e dos diferentes tipos de serviços são independentes umas das outras, o que impede que haja um apagão generalizado nas comunicações.
"As redes são paralelas. Por exemplo: quatro operadoras móveis são quatro redes diferentes. Então se uma para, as outras três continuam funcionando. Não é como no sistema elétrico que só tem uma rede que é responsável por tudo. No caso de telecomunicações são várias redes sobrepostas", explicou o executivo.
Para o diretor de assuntos regulatórios da Vivo, Ércio Zilli, no momento, não chegamos ao ponto de um colapso no sistema. Apesar disso, ele reconhece que a demanda brasileira por telefonia e internet móveis surpreendeu até os mais otimistas. "O planejamento da rede foi feito com base em parâmetros internacionais, e no Brasil eles excederam totalmente esses parâmetros", explicou.
Zilli comentou que essa demanda se traduz em sobrecarga na rede que faz esses serviços chegarem ao consumidor. E sobrecarga significa baixa velocidade de internet. "O que a gente vê é o seguinte: é necessário definir planos e serviços não baseados em velocidade e sim por quantidade de tráfico. Isso é mais adequado à realidade do mercado em função de não se poder garantir a velocidade", argumentou o executivo da Vivo.
A possibilidade de colapso foi aventada pelo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg. Ele admitiu que uma comissão está se reunindo para avaliar essa possibilidade e as soluções, em caso de necessidade. A notícia surgiu logo depois de o ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um plano de universalização da banda larga no Brasil. As informações são da Agência Brasil.
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