Nos próximos dois anos, o mercado de IPTV na América Latina irá gerar uma receita de US$ 1 bilhão, afirmou o diretor geral de televisão e serviços multimídia da Telefônica para o continente, Werner Schuler.
Esse montante inclui não apenas a receita com assinatura, mas também com serviços de valor adicionado relacionados com IPTV, como vídeo on demand, T-commerce (comércio através da TV), Chat-TV, serviços de localização na tela da TV etc.
A Telefônica já investiu US$ 400 milhões para lançar IPTV somente no Brasil, no Chile, na Argentina e no Peru. E pretende investir nesses países outros US$ 400 milhões para essa finalidade nos próximos três anos, informou o executivo.
O primeiro lançamento comercial de IPTV da empresa na América Latina acontecerá em março no Chile. Depois será a vez de Argentina, Peru e Colômbia.
Não há data prevista para o lançamento no Brasil, pois é preciso sanar ainda algumas questões regulatórias, diz o executivo. Schuler espera que 10% dos clientes residenciais da Telefónica na América Latina assinem seu serviço de IPTV dentro de três ou quatro anos. Ele espera que nos próximos 12 meses o custo do set top box caia para algo em torno de US$ 20.
Ainda não foi decidido se o serviço na América Latina terá a marca Imagenio, usada pela Telefónica na Espanha, onde já tem 380 mil assinantes.
Sobre o fato de a Telefônica trabalhar também com outras tecnologias para serviços de TV paga, como DTH, MMDS (no caso da recente aquisição de participação societária na TVA), Schuler disse que a oferta de IPTV será a principal. "Temos uma grande rede de fibra óptica e de cabo de cobre", justificou.
"Mas não somos fundamentalistas", acrescentou, dizendo em seguida que acredita que haverá espaço para todas essa tecnologias.
Provavelmente, os provedores de conteúdo para o serviço de IPTV da Telefônica serão os mesmos que hoje fazem parte de seus pacotes de DTH, além de outros novos parceiros, afirmou.
Unbundling
Questionado sobre a possibilidade de abrir sua rede para que outros players ofereçam IPTV e, em caso contrário, sobre o risco de as operadoras de telefonia construírem novos monopólios, agora no segmento de TV paga, Schuler respondeu que cabe ao governo de cada país definir seu marco regulatório. "Somos uma empresa, não somos um governo", disse. Mas lembrou que há outros meios que não apenas o ADSL para a oferta de IPTV, como cabo e Wimax.
Inclusão
Para a massificação do serviço de IPTV, é necessário popularizar o acesso à banda larga, cuja penetração hoje ainda é muito baixa na América Latina. O país do continente com o melhor percentual é o Chile: 19% dos lares hoje têm banda larga. Com o esforço de expansão do serviço, Schuler prevê que, em 2009, 80% dos domicílios das classes A e B na América Latina terão banda larga, assim como 20% das residências das classes B e C.