O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) deve realizar um censo sobre os profissionais de tecnologia da informação com o intuito de medir a carência de mão de obra qualificada no setor no país. Ainda não há previsão sobre quando os trabalhos serão iniciados.
A sugestão partiu do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). De acordo com o presidente do órgão, Marcos Túlio de Melo, o censo é essencial para que um "apagão" de mão de obra qualificada não comprometa o crescimento do país no médio e no longo prazo.
"Essa seria apenas a primeira de uma série de medidas necessárias para evitar um gargalo no mercado de trabalho e nos investimentos em infraestrutura, como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e a exploração do pré-sal", ressaltou ele.
Para Melo, o conhecimento da capacidade efetiva dos engenheiros e dos profissionais em tecnologia formados no país permitiria o desenvolvimento de políticas precisas para o setor. "Temos de saber onde esses profissionais estão, se trabalham nas áreas em que se formaram, se têm domínio de língua estrangeira e estão dispostos a se habilitarem", afirmou, frisando que o conhecimento desse potencial viabiliza políticas concretas para oferecer atualizações profissionais.
Numa segunda etapa, explicou Melo, o censo serviria de base para a criação de cursos de capacitação por universidades e grandes empresas. O presidente do Confea admitiu, no entanto, que, no curto e no médio prazo, parte das vagas terá de ser ocupada por profissionais do exterior porque o país não terá como suprir as carências de imediato. "De 2006 para cá, dobrou o número de engenheiros formados no Brasil, mas essa mão de obra não é especializada. A demanda é qualitativa, não quantitativa."
Melo disse estar disposto a acordos que acelerem a entrada de mão de obra estrangeira, desde que haja reciprocidade e profissionais brasileiros possam trabalhar em empresas dos países desenvolvidos no futuro. "Se realmente houver necessidade de entrada de mão de obra estrangeira, que ela atue legalmente no país e seja registrada nos conselhos profissionais, mas a Europa e os Estados Unidos precisam abrir o mercado de trabalho para nós quando se recuperarem da crise econômica", observou.
A realização do censo envolverá a articulação de diversos setores do governo. Além do MDIC, que conduzirá os trabalhos, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) cuidará da certificação dos profissionais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolverá a metodologia de pesquisa e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) contribuirá com estudos já realizados. As informações são da Agência Brasil.
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