É notória a inclinação da sociedade à mobilidade, pois o uso dos smartphones, notebooks e agora os tablets tem sido mais acentuada. Só em 2010, até o mês de setembro, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), chegamos a 12,145 milhões de usuários de smartphones. Tais produtos se tornaram alvo de consumo das pessoas e, para aproveitar a oportunidade, os fabricantes têm buscado formas e novidades para que seus produtos não passem despercebidos no mercado.
Já para as empresas, o que pode ser feito para acompanhar a tendência? Ou melhor, como incluir a mobilidade em seu plano de negócios e projetos de tecnologia da informação (TI) para fazer com que os seus colaboradores executem atividades em campo, com um dispositivo móvel, conectado à internet? Tarefas essas que, até então, eram realizadas em papel e sem informações atualizadas que poderiam simplificar o seu trabalho.
Acompanhar essa inclinação à mobilidade, considerada recente, pois seus traços mais marcantes datam de 3 ou 4 anos atrás, nos leva a pensar que as dúvidas são similares as que surgiram na mente dos empresários há alguns anos, quando os computadores passaram a ser utilizados em grande escala com o ERP (Enterprise Resource Planning) ou outros sistemas de gestão que permitem a integração de diversas áreas e atividades.
Quando se trata de mobilidade o quesito principal é o planejamento, como aquele realizado para a troca ou inserção de um projeto de tecnologia e assim garantir a melhoria dos processos e a perfeita sintonia das atividades da corporação.
Então, como montar um planejamento de mobilidade para uma empresa? O primeiro passo é entender se o que será feito irá reduzir custos operacionais, tornará as atividades mais flexíveis e, fundamentalmente, trará benefícios como o aumento de produtividade ou vendas, uma melhora significativa na qualidade de atendimento, ou até mesmo o aumento de controle em operações que, antes da mobilidade, seria impossível. Partindo para as análises globais, como o momento presente e o futuro almejado, é necessário identificar qual é a essência do projeto, os custos e não deixar de considerar os aspectos do risco para o negócio. Não existe um projeto de sucesso sem que seus riscos não tenham sido previamente considerados.
Seguindo esse exame da organização é preciso considerar se o dispositivo e o sistema serão fáceis de operar pelos colaboradores. Questão que não pode ser descartada, pois, em muitos casos, eles serão utilizados pelas pessoas que estão na linha de frente da empresa e em campo para captar pedidos, ordens de serviços, controle de manutenção de equipamentos, pesquisas, auditorias, dentre outros.
Os dispositivos móveis oferecem uma gama de serviços variada, e além da operação principal da emissão de um pedido, nota fiscal ou ordem de serviço, ainda é possível verificar on-line informações que podem ser de grande valia para o processo como, por exemplo, saber se há um determinado produto disponível em estoque e qual pode ser ofertado para o cliente. Como a tecnologia não para de avançar, é possível ver na palma da mão quais os produtos que determinado cliente costuma comprar e ofertar similares ou um mix completo e conseguir a fidelização com outros produtos também.
Qual é a empresa que não deseja que seu colaborador tenha informações valiosas em mãos e que sejam disponibilizadas em tempo real para ela ou para o cliente? Mesmo que ele esteja a quilômetros de distância da empresa, é possível saber o status das vendas, pesquisas, ordens de serviço, localização geográfica, acompanhar sua produtividade ao vivo e até mesmo identificar o colaborador mais próximo para realizar um atendimento.
Podemos ver como a mobilidade é uma aliada aos projetos de tecnologia de toda a empresa, pois veio também para somar e otimizar os resultados. Do que adianta ter uma gestão tecnológica eficaz dentro da empresa, se da porta para fora os funcionários apresentam dificuldades para atender às solicitações do cliente ou se não conseguem realizar tarefas de forma independente, mantendo contato telefônico com a organização? A gestão tecnológica hoje deve ser feita integralmente, ou seja, de dentro para fora e de fora para dentro da empresa.
*Marcos Paulo Amorim é diretor-executivo da Blink Systems