Impasse nas negociações pode levar trabalhadores de TI à greve, diz sindicato

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Após quatro rodadas, a negociação salarial dos profissionais de TI paulista foi interrompida. Os empresários não aceitaram avaliar a nova contraproposta apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), nesta sexta-feira, 31, e portanto não haverá novas reuniões de negociação. O impasse pode levar os trabalhadores a pararem suas atividades.

"É uma total falta de respeito por parte dos empresários, que exigem o máximo dos funcionários, mas na hora de valorizá-los, de dar um reajuste digno, um benefício importante, não o faz. E, para isso, apresenta as mais absurdas justificativas, como a intenção de preservar o índice de emprego no setor, quando os próprios empresários admitem que há um déficit de 70 mil a 120 mil trabalhadores no país. Não vamos permitir mais essa postura", afirma o presidente do Sindpd, Antonio Neto.

Na reunião desta tarde, os empresários aceitaram reduzir a obrigatoriedade da apresentação de proposta de participação nos lucros ou resultados (PLR) a empresas com mais de dez funcionários e aumentar em 5% o benefício do auxílio-creche. Mas mantiveram a exigência do pagamento do vale-refeição (VR) somente para companhias com mais de 50 empregados e propuseram reajuste salarial de 6,5% e de 6,7% para os pisos, cerca de 1% de aumento real. O que, para a comissão do Sindpd, é insuficiente.

"Os índices ainda não estão no patamar em que podemos fechar o acordo. Os pisos, que historicamente recebem reajuste bem mais elevado, estão com uma diferença irrisória em relação ao salário. E, mais uma vez, não foram mencionados novos pisos. O VR precisa ser estendido a todos os profissionais. Não é possível haver essa diferenciação de qual trabalhador tem direito a comer e qual não tem", completa Neto.

Ele reitera ainda que o Sindpd já solicitou sua assessoria jurídica e convocará a categoria para discutir os rumos a serem tomados. "Caso a categoria decida pela greve, serviços importantes — entre eles, os bancários e de telecomunicações — serão afetados, podendo, inclusive, atrasar a implantação de projetos essenciais para a Copa do Mundo", finaliza Neto.

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