O aplicativo de compartilhamento de mensagens over-the-top (OTT) Viber anunciou nesta quinta, 30, o início das operações no Brasil. De acordo com o CEO da Viber Media, Talmon Marco, trata-se de uma das primeiras expansões da companhia israelense, após iniciativas na Índia e no Vietnã. Marco anunciou durante a Campus Party 2014 a inauguração de um escritório em São Paulo, atualmente com três funcionários.
A iniciativa faz sentido. Dos mais de 300 milhões de usuários no mundo (com cerca de 700 mil usuários novos por dia, de acordo com a empresa), 10 milhões estão no Brasil, que é o maior mercado da América do Sul e da América Latina para o Viber. "Achamos que estar aqui é fazer um trabalho melhor para a base brasileira e ficar mais bem conectados com essa base para produzir conteúdos mais próximos", explica Marco. Essa localização inclui a Sticker Market, uma loja de "adesivos virtuais" dentro do aplicativo, que deverá apresentar personagens e conteúdos populares e direcionados a usuários brasileiros.
A ideia é obter receita com o Sticker Market e um serviço de chamadas em VoIP (para fixos e móveis) Viber Out no País. De acordo com Talmon Marco, estas são a fonte de renda principal da empresa. "Não estamos parando nisso, olhamos a Viber como uma plataforma completa que vai implantar mais recursos, mas a experiência básica será sempre gratuita", afirmou. "Estamos considerando lançar games no Viber, mas também de forma opcional. Não forçaremos ninguém a instalar isso", diz o executivo. Não é a única alternativa. Em conversa com este noticiário há um ano, durante a Mobile World Congress em Barcelona, Marco afirmou que não tinha "nenhum problema de compartilhar receitas com as operadoras por um serviço com qualidade diferenciada ou pelo uso do billing".
"Nosso modelo de negócios é freemium, os poucos que pagam os stickers e o Viber Out vão bancar nossa receita. Mas isso é esperado. Não é algo particular do Brasil: nos Estados Unidos e na Índia é assim também, e isso para a gente não é nenhum problema", explica o country manager para o País da empresa, Luiz Felipe Barros. Essas transações dentro do app (IAP, na sigla em inglês) ainda estão em Dólar, mas a ideia é passara para Real. "Estamos trabalhando para fazer (as IAPs) em Reais", garante.
Para Barros, o aplicativo tem como maior concorrente o WhatsApp no País. "Mas a gente é mais competitivo e temos mais recursos. E não vamos abrir as portas, tornando o serviço gratuito, e depois de um ano passar a cobrar", alfineta, citando o app rival. Ele comemora também o bom desempenho, embora não cite a participação no mercado nacional de apps de mensagem. "WeChat e Line gastaram muito no ano passado com mídia na TV, mas nenhum deles é maior que o Viber: temos mais downloads e usuários", garante.
Em breve, a companhia israelense deverá lançar uma versão com design reformulado, mais simples no iOS e Android e que terá "alguns elementos da interface para torná-lo mais clean", promete Talmon Marco. A empresa lançou recentemente também uma versão para Windows Phone com os mesmos recursos. A maior plataforma é o Android, que tem duas vezes mais usuários do aplicativo que o sistema da Apple. Em terceiro vem o Windows na versão desktop, seguida do Mac OS/X.