Os Ministérios MCTIC e Saúde lançaram nesta quinta-feira, 30, a Câmara da Saúde 4.0, seguindo o plano de Internet das Coisas do governo federal. "A tecnologia vai permitir uma revolução na área de saúde no Brasil", afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, durante o lançamento. A área da saúde é um dos quatro temas prioritários identificados no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), do MCTIC, que já criou as câmaras da Indústria 4.0, Agro 4.0 e Cidades Inteligentes 4.0.
Três objetivos a se considerar em projetos de internet das coisas
"A tecnologia tem de ser usada para melhorar a vida das pessoas. Internet das Coisas, inteligência artificial e conectividade, tudo isso em conjunto vai nos permitir revolucionar a tecnologia aplicada na área de saúde, tanto em grandes cidades como nas localidades mais distantes", destacou Marcos Pontes. O ministro reforçou que o MCTIC tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas e, segundo ele, a colaboração com o Ministério da Saúde vai permitir a execução dessa missão de forma intensa e extensa.
A Câmara da Saúde 4.0 será coordenada pelo Ministério da Saúde, em comum acordo com o MCTIC, estimulando a participação de membros das universidades, institutos de ciência e tecnologia, iniciativa privada e demais atores relevantes no cenário da inovação e da saúde, com a participação de estados e municípios. O objetivo é aproximar os membros, identificar e discutir assuntos relevantes, buscar sinergias, alinhar ações, articular e propor iniciativas para a implementação de IoT.
Na cerimônia, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios com o objetivo de aprimorar a implementação de aplicações de Internet das Coisas na área da saúde. O uso desses dispositivos poderá melhorar a efetividade da assistência à saúde por meio do monitoramento contínuo dos pacientes e da adoção de soluções de IoT; aumentar a celeridade e eficácia na vigilância epidemiológica e eventuais riscos à saúde; promover a conectividade visando à integração do Sistema Único de Saúde (SUS).
CGCS/MCTIC
Na cerimônia, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios com o objetivo de aprimorar a implementação de aplicações de Internet das Coisas na área da saúde.
Unidades de saúde integradas
Durante a solenidade, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que um projeto-piloto de integração de todas as unidades de saúde do país já está em andamento no estado de Alagoas. Depois de concluído, esse projeto deverá ser apresentado e validado pela Câmara de Saúde, que deverá estendê-lo para todo o país. "O Brasil pode ser o primeiro país continental a ter todos os dados de saúde integrados." As informações serão compartilhadas pelas unidades de saúde de todos os estados e municípios.
Nesse sistema integrado das unidades de saúde, explicou o ministro, a tecnologia também será usada para formar um banco de dados da saúde de todos os brasileiros. Inicialmente, o sistema deverá registrar cinco informações básicas de cada paciente: consultas realizadas; internação; medicamentos recebidos; exames realizados e vacinas tomadas.
Esse banco de dados deverá ser concluído nos próximos cinco anos e contar com cerca de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões em investimentos, revelou Mandetta. "Esses dados podem ser usados para pesquisa, construção de soluções, coberturas vacinais e enfrentamento de doenças." O ministro da Saúde reforçou que a utilização desses dados do paciente pelos profissionais e unidades de saúde será regulada pela Lei Geral de Proteção de Dados.
A Câmara de Saúde 4.0 faz parte das ações previstas no Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), lançado pelo MCTIC em 2019. O plano se se trata de uma revolução tecnológica com objetivo de conectar dos dispositivos utilizados no dia a dia à internet. A ideia é implementar e desenvolver a Internet das Coisas no Brasil, com base na livre concorrência e circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação, privacidade e proteção de dados pessoais.