A ManageEngine, divisão de gerenciamento de TI empresarial da Zoho Corporation com mais de 280 mil clientes ao redor do mundo, anuncia as cinco principais tendências para a TI nas empresas em 2023. Para compilar tais previsões, a companhia indiana se baseou em análises de mercado e em sua pesquisa própria, a TI no trabalho: 2022 e o futuro, que trazem aspectos que devem permear as organizações nos próximos anos.
"O segmento de TI empresarial tem se transformado constantemente. No ambiente corporativo, hoje majoritariamente híbrido, vemos cada vez mais funcionários trabalhando de lugares diferentes e decidindo por si mesmos quais tecnologias serão implementadas, sejam elas complexas ou 'low code', bem como uma preferência por plataformas unificadas e que contem com recursos de Inteligência Artificial. E graças a essas mudanças, o setor contará com uma nova geração de empresas que têm uma relação diferente com a tecnologia, dando mais um passo em direção à descentralização da TI", afirma Rajesh Ganesan, presidente global da ManageEngine.
As tendências levantadas pela empresa para este ano são:
O gerenciamento de TI empresarial irá evoluir para uma TI corporativa total
A descentralização das equipes de TI continuará em 2023. Isso significa que a maioria das empresas não terá somente um grupo de TI para lidar com questões como implementação de sistemas, segurança cibernética, conformidade e detecção de ameaças, mas sim com funcionários especializados em TI em todo o organograma, atendendo a necessidades específicas à medida que surgirem, de forma customizada.
Inclusive, o conhecimento tecnológico seguirá permeando mais e mais nas organizações, então tanto colaboradores que não são de TI quanto equipes de entrega de serviços complementares usarão plataformas de baixo ou sem código para criar e implantar aplicações simples.
Tal tendência ficou clara no estudo, realizado com mais de 3.300 profissionais de diversas organizações do setor privado em todo o mundo, inclusive no Brasil, em que 42% dos tomadores de decisão globais de TI afirmaram acreditar que cada departamento terá sua própria equipe de TI nos próximos cinco anos, enquanto 53% dos executivos brasileiros entrevistados disseram já ter descentralizado com sucesso a sua estrutura de informática.
O debate ferramenta versus plataforma será encerrado
Empresas de diversos portes e maturidades têm feito escolhas distintas, principalmente no que diz respeito ao gerenciamento de sua infraestrutura tecnológica. Enquanto alguns optaram por usar uma ferramenta especializada para cada problema, outros investiram em uma plataforma que poderia se expandir para resolvê-los à medida que surgissem. A opção de plataforma é, de fato, mais eficiente, pois ter uma ferramenta para cada problema não ajuda as companhias a acompanharem as mudanças nas demandas.
Pensando nisso, cada vez mais organizações irão optar pela abordagem de plataforma holística e escalável para gerenciar a sua infraestrutura de tecnologia. Ainda, de acordo com o estudo da ManageEngine, 49% dos respondentes afirmaram que o principal obstáculo para os funcionários não tirarem o máximo de proveito das tecnologias oferecidas é a falta de treinamento. Neste contexto, além da implementação das plataformas corretas, fica nítido que as companhias terão de treinar os colaboradores para que eles saibam usá-las da melhor forma possível.
Prestação unificada de serviços projetada para funcionários remotos
As organizações devem consolidar os serviços corporativos em uma plataforma unificada de gerenciamento de serviços, facilitando que funcionários remotos tenham um espaço de trabalho produtivo, independentemente do local em que eles escolham residir ou atuar.
Além dos recursos de conhecimento de TI, comumente acessados a partir de um único portal de autoatendimento corporativo, será possível solicitar serviços como, por exemplo, a integração de profissionais remotos, confirmação de reservas corporativas e envio de despesas de viagem.
Evolução contínua de modelos de IA
Em 2023, veremos modelos de Inteligência Artificial com maior precisão, construídos com uma quantidade limitada de dados de treinamento. Técnicas como aprendizagem de few shots e de transferência terão maior adoção e a lacuna entre o processamento de linguagem natural (NLP) e a visão computacional (CV) continuará a diminuir. Como exemplo, já vemos soluções que permitem pesquisar um determinado assunto em uma gravação e, conversando com um chatbot, ser levado às marcações de data e hora relevantes.
Como observado com a legislação de privacidade de dados (LGPD), a regulação da IA também será considerada. Prevista para se tornar lei em 2023, a Lei de IA da União Europeia pode começar a ser aplicada já em 2024. Também segundo a pesquisa da ManageEngine, 92% das organizações brasileiras investem em IA e Machine Learning. No entanto, o levantamento indica que as empresas correm o risco de não obterem o valor total das tecnologias implantadas se os seus empregados não tiverem formação ou conhecimentos técnicos básicos sobre o tema.
Encontrar e requalificar talentos em tecnologia continuará sendo um desafio
A rápida evolução da tecnologia e o cenário de negócios em constante transformação pressionam as empresas para encontrar e reter talentos, levando em conta a requalificação dos funcionários das próprias organizações.
As companhias não podem tomar como certa a lealdade de quem trabalha para elas, embora 80% dos tomadores de decisão de TI não estejam ativamente à procura de um novo emprego no Brasil, o que é contrário à tendência observada em todo o mundo. Assim, é evidente que olhar atentamente para as necessidades e aspirações de quem integra a equipe pode ser um forte fator de diferenciação, ainda mais quando se pensa em manter os talentos em um cenário tão competitivo.
"Após a Grande Renúncia, algumas empresas presumiram que seria fácil encontrar novos talentos, mas esse não foi o caso, especialmente no que diz respeito aos profissionais da área de engenharia de software. Fatores como inclusão e diversidade seguem influenciando as decisões de contratação e, na ManageEngine, acreditamos que seguir treinando, educando e reconhecendo quem está na equipe é o melhor a ser feito. Levando tudo isso em conta, as companhias terão de escolher por si mesmas a melhor forma de proceder para continuarem a crescer de forma sustentável," afirma Rajesh.