Pouco mais de três anos depois de contabilizar um prejuízo de US$ 8,8 bilhões devido à aquisição Autonomy, pela qual pagou cerca de US$ 11,1 bilhões, em 2011, a batalha da HP com ex-diretores da fabricante britânica de software de análise de dados está longe de terminar. Nesta terça-feira, 31, a companhia americana informou, por meio de comunicado, que abriu processo contra o cofundador e ex-CEO da Autonomy, Mike Lynch, e o ex-diretor financeiro, Sushovan Hussain. Na ação judicial, a HP reinvindica que eles paguem US$ 5,1 bilhões de indenização por suposta fraude contábil.
Lynch tem rebatido com veemência as acusações de que teria ocultado e manipulado dados financeiros da companhia antes de ser comprada e promete mover uma contra-ação alegando que a HP faz uma "campanha difamatória" contra ele e outros executivos da Autonomy. No ano passado, ele chegou a declarar que "há uma parte da gestão da HP que gostaria de culpar os outros por falhas. Eles deveriam olhar para si mesmos".
Embora seja bastante improvável que a HP consiga a indenização de US$ 5,1 bilhões, um veredicto favorável daria cobertura legal à empresa para continuar buscando ressarcimento. O Departmento de Justiça dos EUA e o órgão regulador de contabilidade do Reino Unido ainda estão investigando o negócio — já o Serious Fraud Office, departamento independente do governo do Reino Unido que investiga suspeitas de fraude e corrupção, desistiu de abrir inquérito em janeiro.
No ano passado, a HP pagou US$ 57 milhões para pôr fim a três ações judiciais movidas por acionistas que se sentiram prejudicados pela aquisição da Autonomy. Mais recentemente, um tribunal norte-americano aprovou um acordo de acionistas relacionados à aquisição da fabricante, que não envolve acerto monetário, mas exige que a HP faça mudanças em sua governança corporativa.