A IBM anunciou nesta terça-feira, 31, que irá investir US$ 3 bilhões nos próximos quatro anos na criação de uma unidade de negócios de "Internet das Coisas" (IoT), que atuará na coleta e análise dados de smartphones, tablets e outros dispositivos conectados para que as empresas possam usá-los, em tempo real, em suas operações diárias.
A companhia estima que 90% de todos os dados gerados por dispositivos móveis, veículos e aparelhos conectados nunca são analisados. Para oferecer informações precisas e específicas a empresas dos mais variados ramos de negócios, a IBM pretende firmar parcerias com empresas como Twitter, Weather Co., dona do canal Weather Channel, e WSI, além de desenvolver serviços e ferramentas de dados baseados na nuvem para desenvolvedores.
A ideia é fornecer, por exemplo, serviços de dados meteorológicos por meio da nuvem da IBM, de modo que os clientes possam usá-los em conjunto com ferramentas de análise da empresa. Uma companhia seguradora pode ficar sabendo com antecedência se vai chover ou nevar nas próximas 48 horas, e disparar um alerta aos motoristas com apólices de seguro de automóvel para encontrar abrigo quando uma tempestade de granizo se aproxima. Ou, então, uma rede varejista pode se programar para a queda de demanda, com base em dados históricos ou até mesmo condições meteorológicas extremas, para adequar seu quadro de funcionários, a cadeia de suprimentos e a logística.
Estratégia agressiva
A IBM pretende usar a plataforma da WSI para a oferta de serviços de análise específicos à indústria, redes de varejo, empresas de serviços e companhias seguradoras, inicialmente. Os dados também estarão disponíveis para desenvolvedores de softwares empresariais que queiram utilizá-los para criar novas aplicações e serviços fornecidos via nuvem da companhia.
A IBM informou que já estava trabalhando com algumas grandes empresas, como a fabricante alemã de pneus Continental AG e a fabricante norte-americana de turbinas de avião Pratt & Whitney para o uso dos dados em seus processos.
O investimento na unidade de IoT é parte da estratégia da gigante de tecnologia de ampliar a atuação para além de seu negócio de hardware e consultoria tradicional. Hoje, cerca de US$ 40 bilhões de sua receita anual já são provenientes de serviços e soluções de computação em nuvem, big data, segurança e outras áreas de crescimento.
A criação da nova unidade também visa fazer frente à disputa feroz que já se avizinha no mercado com a entrada de players no segmento de IoT, como a Cisco e quase todos os fornecedores de tecnologia, além de rivais não tradicionais nessa área como General Electric, que tem uma plataforma de IoT denominada Predix. A briga promete ser acirrada, pois somente a GE investiu US$ 1 bilhão no desenvolvimento de um software industrial baseado em IoT. Com agências de notícias internacionais.