Em tempos desafiadores para o segmento do varejo, que possui um ambiente altamente competitivo e em que a inflação comprime ainda mais a margem de lucro das empresas, usar informação para se diferenciar e ser mais eficiente é uma ótima estratégia.
Essencial para operações de varejo bem-sucedidas, a análise de informações de negócio permite que os varejistas tomem decisões mais precisas e eficientes em diversas áreas.
Por exemplo, na gestão de estoque, os dados ajudam a prever demandas futuras com maior acurácia, reduzindo excessos e rupturas; já na precificação, a análise de dados de mercado e do comportamento do consumidor permite traçar melhores estratégias; e no marketing, os insights gerados são um verdadeiro tesouro para campanhas mais direcionadas e personalizadas.
Porém, tornar-se uma empresa orientada a dados não é tão simples. Há uma quantidade avassaladora de dados sendo gerados e o desafio é como dar sentido a eles para tomar as decisões certas.
Ao meu ver, um dos maiores problemas é que os varejistas vêm coletando dados há anos, até mesmo décadas, mas, geralmente, eles ficam isolados.
Sistemas de bancos de dados baseados em nuvem são soluções potenciais, mas exigem esforço e investimento consideráveis para extrair, limpar e organizar as informações em um data lake ou data warehouse para torná-los úteis. Além disso, mesmo com "dados limpos", os varejistas muitas vezes têm dificuldade em fazer bom uso deles. E isso é normal.
A inteligência artificial (IA), felizmente, está aí para simplificar. Ao direcionar os dados estruturados para um LLM (Large Language Model), temos o que chamamos de BI conversacional.
O BI conversacional impacta a adoção das ferramentas de BI (Business Intelligence). Para muitos, interagir com ferramentas de BI é assustador, mas se você puder fazer perguntas em linguagem natural e obter respostas imediatas, isso se torna algo extremamente poderoso.
O modelo atual de análise de dados, na maioria dos varejistas, abrange analistas e planejadores passando os domingos antecipando todas as perguntas possíveis dos executivos durante as reuniões de revisão de negócios de segunda-feira. Isso leva a um ciclo de trabalho reativo ao longo da semana.
Com o BI conversacional, os executivos podem fazer perguntas diretamente aos bots ou assistentes virtuais. Essa facilidade permite uma tomada de decisão mais rápida sem a necessidade de depender muito de analistas, o que é fantástico, pois democratiza o uso do BI.
O papel da IA no varejo no futuro
A IA continuará transformando o varejo de uma forma grandiosa. Estamos apenas arranhando a superfície. Os executivos de empresas varejistas estão sobrecarregados com perguntas sobre IA e os investidores estão exigindo saber como ela será usada.
A IA não será uma solução de remoção e substituição; em vez disso, as empresas devem se questionar sobre onde a IA pode ser injetada nos processos atuais para melhorar a eficiência e gerar vendas incrementais.
No futuro, veremos cada vez mais agentes de IA implementados em várias partes dos processos. O valor real virá deles trabalhando juntos, o que mudará a força de trabalho do varejo ao substituir tarefas tediosas e repetitivas por processos orientados por IA.
Também vejo a IA fazendo uma grande diferença para evitar vendas perdidas. Ela pode ajudar a identificar tendências, orientar decisões de compra e otimizar a alocação de produtos. Os varejistas precisam usar a IA para adaptar sortimentos a locais específicos com base na demanda do consumidor.
Concluindo, o papel transformador da IA no varejo não passa apenas por fazer uma empresa permanecer ou ser mais competitiva; estamos diante de um desafio de criar um ambiente verdadeiramente inteligente que prospera diante das mudanças.
Pronto para embarcar nessa jornada?
Sandro Henrique Balbuena, líder de novos negócios da Strategy Brasil.