O Congresso Brasileiro de Radiodifusão, promovido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), realizado nesta quinta-feira (31/5), em Brasília, teve entre os convidados o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, que falou sobre a posição das operadoras de telefonia fixa em relação à convergência, o que envolve a polêmica questão da produção e distribuição de conteúdo.
Para abordar o assunto, Knoepfelmacher expôs a necessidade de se estabelecer parcerias imediatas com os detentores do know-how da produção de conteúdo para benefício não só das empresas como dos usuários, que terão a opção de receber informações por diferentes meios. ?O foco das prestadoras de serviços de telecomunicações não é a produção de conteúdo, mas a sua distribuição?, disse. ?Ao contrário da radiodifusão, aberta e gratuita, a eventual distribuição de conteúdos, por parte das operadoras de serviços de telecomunicações, pressupõe a construção de um modelo que possa de alguma forma estabelecer como será feito o contrato para recebimento desse conteúdo.?
Em sua 24º edição, o evento discutiu ainda o papel social que essas companhias podem prestar à sociedade a partir da disseminação de conteúdo de qualidade com peculiaridades regionais e de interesse nacional. Knoepfelmacher enxerga a distribuição de conteúdo como uma oportunidade de geração de receita não só para as teles como também para os radiodifusores brasileiros.
O presidente da Brasil Telecom enfatizou que os provedores de serviços de telecomunicações farão a distribuição do conteúdo de acordo com a lei, não importa a tecnologia utilizada (IPTV, internet, DTH, TV a cabo, MMDS, etc). ?O que se faz necessário é discutir um formato que beneficie a aptidão de cada empresa e a maneira como cada uma pretende lidar com os diversos tipos de clientes?, disse Knoepfelmacher. ?As teles poderiam, por exemplo, distribuir aos assinantes a programação das emissoras de TV?.
Além das TVs, as emissoras de rádio, segundo o executivo, devem integrar o novo modelo de distribuição. ?Seria muito interessante distribuir pela rede da prestadora de serviços de telecomunicações, fixa e móvel, programas de rádio?. Segundo ele, o modelo de radiodifusão nunca irá acabar, mas sim se aperfeiçoar, criando oportunidades de negócios para produtores e distribuidores de conteúdos. ?A convergência é um fenômeno inexorável, por isso precisamos buscar a curto prazo um modelo sustentável para o Brasil. A população brasileira não deve ser privada de experimentar outras formas de recepção de conteúdo com informação e entretenimento?, concluiu.