É hora das empresas tirarem seus projetos de IoT da gaveta

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O anúncio da chegada do 5G no Brasil elevou o nível das conversas sobre Internet das Coisas (IoT) no país. Percebe-se no mercado que as projeções sobre o setor e o desenvolvimento de novos equipamentos que podem ser criados usando a tecnologia se intensificaram.

Os números jogam muito a favor e alimentam o otimismo sobre o tema. Uma projeção realizada pelo IDC (International Data Corporation) aponta que ao longo deste ano serão investidos R$8,5bi em soluções e serviços relacionados à Internet das Coisas só no Brasil. Este número representa um crescimento de 17,6% em relação ao ano de 2021.

Com a chegada do 5G no Brasil, inovações devem ser implementadas no mercado de IoT para torná-lo ainda mais relevante. Vale ressaltar que mesmo antes dessa mudança de rede, diversos equipamentos que utilizam Internet das Coisas já estão em funcionamento no cenário nacional e geram valor desde os seus early adopters.

Temas ligados à inovação com a tecnologia IoT estarão em alta, principalmente com a finalidade de haver um impacto de cunho financeiro. É possível fazer essa afirmação graças a essa mesma projeção do IDC que aponta uma tendência no uso da Internet das Coisas em operações que tenham foco na redução de custos e/ou aumento de receita.

Cenário favorável para Smart Cities

Uma das aplicações possíveis dentro do mercado de IoT que tem crescido mesmo antes do recente anúncio da chegada da tecnologia 5G no país envolvem as chamadas Smart Cities.

Exemplo dessas "cidades inteligentes" é São José dos Campos (SP). Localizada no Vale do Paraíba, ela foi certificada neste ano pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) como a primeira do Brasil nesta categoria.

Os moradores da cidade têm à disposição um serviço que monitora, em tempo real, as vagas de estacionamento que estão disponíveis no município com o auxílio de dispositivos com tecnologia IoT desenvolvida pela startup Sigmais.

Em São José dos Campos foram instalados 4 mil dispositivos que contribuíram, junto a outras soluções, para uma gestão inteligente da cidade. Carros procurando vagas para estacionar representam cerca de 25% do tráfego urbano nas cidades. A Internet das Coisas auxilia na redução desse fluxo, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes.

IoT na cadeia fria

Outro exemplo prático do funcionamento de dispositivos de Internet das Coisas que  já está à disposição no mercado são equipamentos que monitoram o funcionamento de aparelhos de refrigeração e congelamento que fazem parte da chamada Cadeia Fria (Cold Chain).

Com o alto custo de energia elétrica que tem assustado a população e empresas brasileiras, um dispositivo IoT pode ser fundamental para setores como shoppings, indústria alimentícia e saúde para economizarem com esse item na planilha de custos.

No caso de cozinhas industriais, por exemplo, o abre e fecha desnecessário das geladeiras e freezers é capaz de causar variações de temperatura que podem encarecer a conta de luz da empresa. E o custo só aumenta se a máquina precisar de manutenção e houver uma demora em perceber esta necessidade.

Como a Internet das Coisas pode auxiliar nessa missão de diminuir os gastos nas organizações?

Ao usar um dispositivo IoT nesses equipamentos, se otimiza o processo. Assim, evita-se a abertura desnecessária das portas. Dessa forma, a temperatura se mantém adequada por mais tempo e a redução do consumo de energia é notável. Afinal, o equipamento passa a funcionar com a temperatura ideal para seu propósito.

Somando todos esses fatos, a tecnologia consegue contribuir com a melhoria da eficiência energética, como também para outros aspectos importantes para indústrias como a da alimentação.

IoT no auxílio a regulamentações

No caso das empresas que lidam com alimentos e bebidas, ter boas práticas e seguir regulamentações podem garantir as condições higiênicas e sanitárias dos produtos a serem disponibilizados aos consumidores.

Onde que a IoT entra nessa história?

Justamente no controle da eficácia do tratamento térmico destinado aos produtos desde a fabricação até a entrega para o consumo. As regulações de autarquias setoriais determinam suas normas. Entre elas, as temperaturas adequadas de cada fase dessa cadeia.

Hoje é mais fácil ter esse controle exigido pelas autoridades de cada fase deste processo todo em razão das informações obtidas por meio do uso dessas soluções IoT.

É possível até afirmar que se as adesões da indústria, comércio e serviços forem crescentes, ouviremos cada vez menos histórias de perdas de produtos. E, por consequência, valores cada vez menores nos itens "perdas" em planilhas financeiras das empresas.

IoT na saúde

Já na área da saúde – setor que ganhou destaque com a pandemia -, farmácias e grandes fabricantes de medicamentos podem fazer o mesmo uso para uma questão sensível: o armazenamento de vacinas e medicamentos termolábeis.

Se uma variação de temperatura já é algo sério na indústria de alimentos, em empresas de saúde a questão fica muito mais séria. Exemplo concreto disso foram várias doses de imunizantes contra a Covid-19 serem descartados.

Mas isso ocorre também com medicamentos contra outras doenças que necessitam de condições especiais de armazenagem. E isso é mais comum do que a gente imagina. Como reverter esse quadro?

Mais uma vez o uso de dispositivos IoT evita esse tipo de problema. Eles conseguem enviar alertas aos responsáveis antes de surgirem anormalidades, antecipando dessa forma ações de correção e evitando grandes prejuízos para o setor.

Na área da saúde as regulamentações também são claras em relação às obrigações de monitoramento e controle de temperatura durante acondicionamento, armazenamento e umidade do medicamento.

Neste caso, devem ser utilizados instrumentos calibrados – inclusive com a verificação documentada – para que o equipamento ou área de temperatura controlada tenha homogeneidade térmica em seu interior.

Da gaveta para a prática

Empresas que adotam soluções IoT têm um diferencial competitivo, otimizam seus processos e melhoram a qualidade da entrega de seus produtos. Com a adoção de dispositivos de Internet das Coisas, os negócios são valorizados e entregam maior qualidade em seus produtos.

Muitos projetos de IoT já estavam em estágio de desenvolvimento antes da pandemia, mas acabaram ficando na gaveta com o cenário de incertezas que veio na sequência. Felizmente agora vivemos uma época mais positiva, e a tendência é que aqueles que reativarem seus projetos que ficaram inertes nos últimos dois anos sejam recompensados.

A IoT tem se tornado cada vez mais presente nas organizações, interessadas no contínuo processo de transformação digital e todos os benefícios atrelados a essa tecnologia, otimizando recursos, melhorando a eficiência e oferecendo um grande diferencial competitivo no mercado.

Os sinais são claros: este é o melhor momento para se investir em Internet das Coisas!

Felipe Testolini, CEO da Sigmais.

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