Criado pela empresa americana OpenAI, o chatbot sustentado por uma inteligência artificial do tipo generativa, é capaz de fazer pesquisas, gerar e escrever textos em diferentes estilos – inclusive em linguagem de programação, além de dialogar com o usuário, criar imagens solicitadas por ele, e até resolver cálculos.
O já chamado robô conversador tem deixado muita gente boquiaberta porque emprega algoritmos de Machine Learning que processam a linguagem natural e dão um tom mais realista à interação. E aproveitando algo que pode revolucionar o uso do conhecimento a nosso favor, a Unoeste sai na frente e já disponibiliza a ferramenta em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), Aprender Unoeste.
No Aprender Unoeste, o recurso tecnológico funciona como uma espécie de apoio virtual ao aprendizado e pode ser usado por alunos, professores, tutores, funcionários, entre outros. Por se tratar de algo novo, em fevereiro, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) debateu o uso da ferramenta na esfera da educação, e para a maioria o melhor caminho é adaptar-se a esse tipo de recurso, revendo métodos de ensino e pensando as melhores formas de utilizá-la dentro da sala de aula.
Para a coordenadora pedagógica institucional da Unoeste, a professora Aparecida Darcy Alessi Delfim, o ChatGPT já é uma realidade instalada e não há como negar ou proibir o seu uso. "Todas as pessoas interessadas na busca de informações sobre determinado assunto podem ter acesso à ferramenta.
Consequentemente, a ferramenta adentra o espaço da sala de aula e, em nenhum momento, com a intenção de substituir o professor e/ou tutor. Para que isso não ocorra, compete à escola revisitar as estratégias pedagógicas usadas pelos professores, apoiando-os no planejamento e uso de metodologias que impliquem na conscientização dos estudantes para o uso responsável e ético da ferramenta. Uso que torne os estudantes mais reflexivos e críticos na busca de informações que apoiem e auxiliem a proposta acadêmica em curso", considera.
De acordo com o pró-reitor Acadêmico, Dr. José Eduardo Creste, a Unoeste está sempre à frente quando o assunto é inovação para trazer novos recursos que proporcionem a evolução do ambiente acadêmico.
"A Inteligência Artificial já é utilizada em outras propostas da instituição, como no Projeto Betha, por exemplo, mas agora o ChatGPT vem propondo uma verdadeira revolução a qual temos que aproveitar da melhor forma possível dentro das práticas de ensino e aprendizagem. Na universidade procuramos enxergar o aluno no centro do processo como protagonista. E o professor se torna ainda mais importante na condução e direcionamento, no entanto, de uma forma mais colaborativa e integrada".
ChatGPT no Aprender Unoeste
O coordenador de Sistemas Web do Departamento de Tecnologia da Informação da Unoeste, Eduardo Henrique Rizo, lembra, antes de tudo, que o ChatGPT foi lançado para o público em geral no final de novembro de 2022. Já o recurso de integrá-lo a outros ambientes, a exemplo do Ambiente Virtual de Aprendizagem da universidade, foi disponibilizado no início de março deste ano.
"De posse da informação lançamos o desafio de acrescentá-lo ao Aprender Unoeste como mais uma ferramenta de apoio à aprendizagem. Na segunda quinzena do mês de março o protótipo já estava pronto e o colamos para validação junto a uma turma de alunos de um dos cursos da área de computação e informática da universidade", explicou, acrescentando que o período de teste se estendeu por 15 dias. "Entendemos que a disponibilização para testes por terceiros poderia nos fazer corroborar nossa ideia inicial e também identificar possíveis erros e melhorias para a ferramenta".
Equipe da Coordenadoria de Sistemas WEB da Unoeste que trabalhou no projeto que disponibilizou o ChatGPT no Aprender Unoeste (Foto: Ector Gervasoni)
Rizo conta ainda que a ideia inicial do projeto foi a de aproveitar essa nova tecnologia como ferramenta de apoio aos estudantes da Unoeste, para que possam sanar dúvidas pontuais sobre temas e conceitos abordados pelos professores em sala de aula.
Também sobre atividades inseridas no ambiente virtual de aprendizagem, a exemplo das individuais, atividades colaborativas, webaulas, discussões por meio de fóruns, chats, aulas ao vivo, etc. "Sob o ponto de vista dos professores e/ou tutores, imaginamos o uso da tecnologia de inteligência artificial generativa para que pudessem aprimorar ainda mais as ações que já empenham junto aos seus alunos. Também não podemos deixar de mencionar a questão da inovação tecnológica, tão presente e necessária no contexto educacional", complementou.
O Aprender Unoeste já disponibiliza muitos recursos e ferramentas para que os professores e estudantes possam utilizá-lo como extensão da sala de aula para os cursos presenciais. A plataforma é também a principal ferramenta de comunicação, interação e atividades para os cursos EAD. Com a integração do ChatGPT dentro do AVA todos poderão contar com um novo recurso para ajudá-los de forma imediata na resolução de dúvidas ou outros tipos de apoio com base no aprendizado generativo e contextualizado às necessidades dos estudantes e professores.
"Em nenhum momento esse novo recurso de inteligência artificial pretende ou pretenderá substituir o papel fundamental do professor, suas experiências, sentimentos e observações oriundas das suas relações interpessoais com os alunos", concluiu de forma enfática o coordenador de Sistemas Web da Unoeste.