Pacote cambial traz pouco reflexo para operações de offshore

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O pacote cambial anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que autorizou os exportadores a deixarem no exterior uma parte do faturamento em dólar, gera pouco impacto para as empresas que prestam serviços de TI no mercado internacional. Na avaliação, de executivos do setor, essa mudança beneficia mais os que também fazem importação.

Até agora os exportadores eram obrigados a trazer para o País todo o faturamento obtido em dólares dentro de um prazo de 210 dias. O dinheiro era convertido em reais, depois trocados por dólares novamente, caso a empresa tivesse que pagar alguma dívida fora do Brasil.

Pelas novas medidas, as empresas vão poder deixar 30% do faturamento no exterior para pagar despesas. Para Marco Stefanini, presidente da Stefanini, que opera com unidades nos Estados Unidos, México e Itália, o pacote cambial tem pouco efeito o seu negócio. ?Essa medida traz mais impacto para os que compram e vendem e precisam mandar dinheiro para os EUA?, diz o executivo. Como a empresa paga a maior parte dos custos de serviços de offshore no mercado interno, a companhia não vê benefício na decisão do ministro Mantega.

Essa é a mesma avaliação de Bruno Guiçardi, diretor de Operações da Ci&T, que atualmente tem 10% do seu faturamento gerado no exterior. ?O efeito dessa medida é muito baixo para serviços de TI, o que é diferente da exportação de outros produtos?, diz. A vantagem que ele vê na medida é a possibilidade de aumento do dólar, que fará com que os serviços do Brasil sejam mais competitivos frente aos dos indianos.

Para Miguel Saldivar, diretor executivo da Softek Brasil, que tem 12% de sua receita vinda das operações externas, o pacote cambial refresca pouco perto das necessidades das empresas que fazem offshore. Ele diz que o governo brasileiro teria de cria medidas mais flexíveis para os exportadores, estabelecer acordos bilaterais com Estados Unidos e alterar a lei trabalhista para reduzir os encargos sociais.

Já Alexandre Neves, diretor da Kaizen, prestadoras de serviços de TI que tem operações de importação exportação, acha que o pacote cambial traz benefícios. ?Perdíamos nas conversões do câmbio e com CPMF para transformar o dinheiro que era ganho no exterior em real e novamente em dólar?. Agora ele diz que usará os 30% que poderão ficar no mercado externo para pagar despesas.

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