No atual clima de Jogos Pan-Americanos é inevitável fazer uma comparação entre a gestão de negócios e os esportes. Existem inúmeros fatores que compõem um campeão, mas gostaria de salientar quatro pontos-chave que podem fazer total diferença tanto em uma modalidade esportiva quanto em uma corporação.
O primeiro é a definição de um objetivo, uma razão que mova o indivíduo ou uma companhia em uma determinada direção. Esse objetivo deve ser conhecido por todos os profissionais da organização e não pode estar em conflito com razões pessoais que podem impedir o sucesso, a exemplo do que aconteceu com a seleção brasileira de futebol na última Copa do Mundo.
A equipe possuía um diferencial competitivo com os melhores jogadores do mundo, porém os objetivos individuais, como renovação de patrocínio ou superação de marcas, não se alinhavam ao objetivo principal do time, que era a conquista do título.
O segundo fator é a necessidade de uma estratégia bem definida, uma forma para obter os melhores resultados, que pode ser uma posição rentável dentro de uma determinada indústria ou formas de influenciar este setor a favor da organização. Este é um grande desafio, pois é necessário que o detalhamento do conceito nos níveis hierárquicos da organização esteja alinhado e coerente com os objetivos departamentais.
O terceiro fator é a dedicação e o compromisso para atingir o objetivo que foi definido. E é neste contexto que a estruturação dos processos, modelagem, documentação e execução podem contribuir para vencer este desafio.
Por isso, vale ressaltar que o conceito de Definição de Processos não é só um conjunto de documentos para responder às auditorias ou uma forma de divulgar as atividades de um departamento, mas, sobretudo uma forma de mensurar e comparar resultados. Voltando ao mundo dos esportes, para os atletas da natação ou atletismo, por exemplo, os números representam um desafio diário na evolução de suas marcas, e o mais importante, na capacidade de superação humana.
O quarto e último fator-chave é o diferencial competitivo. Seja pela competência técnica dos profissionais ou pela inovação tecnológica é necessário sempre inovar e surpreender os outros competidores. Prova disso é a lembrança de quantas jogadas incríveis e inovadoras garantiram a vitória de seu time favorito.
Um exemplo de inovação surpreendente no mundo corporativo é o recente lançamento do iPhone, da Apple, um equipamento que certamente irá mudar o mercado de telecomunicações.
Diante desse cenário, a reflexão que proponho é a constante avaliação dos fatores que elevam as organizações ao patamar de empresas competitivas e vencedoras. E para se manterem nesse grupo seleto, é preciso que seus gestores sejam capazes de liderar e promover condições para que os profissionais estejam sempre motivados para atingir os objetivos da organização. E é esta a habilidade capaz de transformar simples chefes em gestores empreendedores.
Eduardo Anzai é consultor especializado em Modelagem de Processos da área de Professional Services da Sybase Brasi