Dada a dinâmica atual dos mercados, é fato que as organizações estão passíveis de sofrerem alterações em curto espaço de tempo. Quando empresas têm o objetivo de desenhar e planejar suas ações estratégicas, precisam começar a tomar importantes decisões que promovam a agilidade necessária para garantir o sucesso dos negócios por meio do uso da Tecnologia da Informação.
Ao olhar a complexidade dos processos de negócios, os profissionais responsáveis pelas decisões, indispensáveis para a continuidade dos procedimentos, se sentem frustrados por não serem capazes de descobrir as necessidades e os impactos de suas atitudes de maneira rápida e eficaz. Isso porque não se planejaram para as constantes mudanças do mercado, fundamentais para o bom andamento da área de TI.
Para auxiliar as companhias a construírem uma estrutura de informação alinhada à sua visão de negócio, o conjunto de práticas de EA – Enterprise Architecture, ou Arquitetura Corporativa, mostra-se cada vez mais uma importante aliada. Isto porque consegue realizar um balanço dos departamentos e redefinir essas partes, de tal modo que se possa desmontá-las e depois reuni-las, reorganizando-as de acordo com a velocidade requerida pelos negócios.
O trabalho desenvolvido pela EA é focado na colaboração, minimização de riscos, melhoria de práticas já existentes, suporte para decisões e reusabilidade. Cabe a ela definir como a tecnologia será utilizada para apoiar e beneficiar a estratégia empresarial. Por oferecer essas vantagens, a Arquitetura Corporativa é uma tendência mundial. Atua nas questões estratégicas, de processos e de governança de TI, que alinhados colaboram no direcionamento tático das corporações, com agilidade nas mudanças e aumento na qualidade dos serviços.
A Arquitetura Corporativa é projetada de forma personalizada à estratégia do negócio. A mesma é afetada por vários fatores, alguns exclusivos a cada empresa e outros que variam de segmento para segmento. Um dos diferenciais da EA, que tem chamado a atenção do mercado, refere-se ao processo de comunicação entre as diferentes áreas de negócios e a TI, que proporciona o compartilhamento de informações entre as áreas de atuação e o alinhamento com parceiros.
O processo de consolidação deste mercado iniciou-se em 2004, quando os institutos e organizações de pesquisas chamaram a atenção da comunidade de TI, delineando as fronteiras entre as práticas contidas em EA e outras como BPM e Governança de TI para comentar as mais comuns e que confundem a compreensão dos profissionais, dada as áreas de intersecção. A ascensão dos mais importantes players nesse mercado, tais como Telelogic e Troux Technologies, a entrada de novos players e a onda de aquisições e fusões de empresas também apoiaram esse processo.
Ainda assim, estudos indicam que 30% a 40% das organizações não estão nem na metade do caminho para atingir os critérios adequados da Arquitetura Corporativa. Já os remanescentes ainda estão na tentativa. Muitas tentaram aplicar programas de EA internos, mas não cumpriram as etapas necessárias para o sucesso e estão no começo da jornada.
Mas se considerarmos que há dez anos somente 5% das organizações estavam nesse estágio, concluiremos que o número de profissionais aptos a aplicar essa ferramenta cresceu na última década, apesar de estarem longe do ideal.
É preciso lembrar que só a Arquitetura Corporativa por si só não concede todos os benefícios de estruturação às organizações. Ela deve ser utilizada no desenvolvimento de recursos para não ser apenas parte do processo e tornar mais um documento empoeirado nas "prateleiras das ferramentas gerenciais".
É fato que os próximos anos são decisivos na consolidação dos processos da TI como plataforma de negócios das organizações, que já visualizam seus objetivos em novos projetos, soluções e iniciativas, que para serem bem-sucedidas devem minimizar o rompimento com o ambiente atual. Neste contexto a Arquitetura Corporativa torna-se uma ferramenta essencial. Cabe aos profissionais de TI ficarem atentos a prática de Enterprise Architecture, que chegou ao Brasil para ficar.
João Paulo Azevedo é diretor de marketing da BSA Brasil.
Colaborou Jorge Moskovitz, diretor comercial.