CIOs saem para o resgate

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Hoje em dia, não falta jornal, revista ou emissora de TV e rádio no mundo que não fale diariamente de recessão, relatando casos de cortes de empregos, falências e queda continuada do valor de ações. Se, mundialmente, altos executivos lutam para manter o controle firme sobre seus empregos, 2009 deverá ser justamente o ano em que o valor dos CIOs será finalmente reconhecido pelos altos líderes de empresas.
Diante da atual recessão, fazer investimentos inteligentes em tecnologia está sendo um dos principais instrumentos que uma organização que queira cortar custos pode utilizar para aumentar sua eficiência e, ao mesmo tempo, permanecer inovadora e competitiva. Este foco cada vez mais apresenta uma grande oportunidade para o CIO desenvolver sua imagem profissional estratégica e tática, à medida que presta auxílio à sua empresa.
Tradicionalmente, o CIO precisa lutar para ter seu lugar ao sol, na mesa de reuniões da empresa, sendo considerado apenas um líder operacional e com pouca influência sobre a forma como os investimentos são feitos na empresa. Para o CEO, TI não passa de uma entre muitas prioridades. De fato, gastos com tecnologia geralmente não fazem parte dos itens importantes de uma agenda. O resultado foi uma falta de ligação entre o CIO e o CEO – prejudicial ao primeiro –, sendo que muitos ainda desconhecem o impacto que a tecnologia pode ter sobre os rendimentos da empresa e como pode servir de apoio a estratégias e ao crescimento da companhia, no futuro.
Embora esta situação tenha mudado um pouco ao longo dos anos, os CIOs ainda precisam provar o seu valor e 2009 está sendo um momento oportuno para comprová-lo. Se o CIO puder aproveitar esta oportunidade oferecida pela recessão e incentivar investimentos em tecnologia e avanços estratégicos, então, seu papel e seu relacionamento com a diretoria mudarão para sempre.
Há três áreas principais que o CIO deve visar, uma vez que o contexto atual obriga a reavaliação das estratégias de TI e dos investimentos na área:
– Investir em TI traz redução de custos e deixa a organização livre para se concentrar em inovação e crescimento
Em meio a uma recessão, os investimentos em tecnologia geralmente fazem parte do primeiro contingente de vítimas. As empresas de TI acreditam que fazer corte em inovação em uma economia turbulenta é a pior decisão que se pode tomar. Em vez disso, a organização deveria visar o retorno sobre os investimentos feitos que as tecnologias corretas podem gerar, assim como procurar entender os ganhos em longo prazo – ser capaz de emergir da recessão como uma organização inovadora e competitiva, em boa forma para crescer. Uma ação positiva que as incertezas econômicas podem trazer é a necessidade do CIO de realmente analisar seus ativos e infraestrutura de TI. Desta forma, será possível ver claramente quais são os equipamentos subutilizados, os pontos de grande consumo de energia e as ineficiências gerais de custos e produtividade. Com esta análise, uma organização estará em melhor forma para tomar as decisões corretas envolvendo tecnologia, bem como entender como os investimentos vão apoiá-la para reduzir os efeitos da crise. A etapa seguinte é comunicar claramente estes benefícios ao CEO, usando exemplos de melhores práticas, em suporte às objeções que surgirem.
– Investir estrategicamente
Ao planejar investimentos futuros em TI, é preciso garantir o alinhamento perfeito com os objetivos da empresa – se isso não acontecer, serão feitos gastos desnecessários com um grande impacto sobre eficiência, produtividade e a capacidade de inovação. O mais importante na atual conjuntura é investir em hardware com baixos custos de manutenção e ater-se a projetos que reduzam custos com serviços e soluções, capazes de agilizar implantações. Adotando soluções, como serviços gerenciados e storage just in time, é possível satisfazer estas exigências. Estima-se que as empresas podem reduzir em mais de 50% o custo total de propriedade de computadores, instalando desktops específicos e acompanhados de serviços gerenciados. Se o CIO conseguir demonstrar claramente como a tecnologia poderá conferir suporte aos futuros objetivos da empresa, o CEO, sem dúvida, o escutará atentamente.
– Reduzir a complexidade da TI e maximizar o que existe
A própria velocidade com que se adotou a tecnologia da informação criou muitos problemas para o CIO. Em 2010, o mundo deverá gerar em torno de 988 exabytes de dados digitais – aproximadamente 18 milhões de vezes mais do que as informações contidas em todos os livros já escritos. Conseqüentemente, será preciso que os CIOs façam altíssimos investimentos para enfrentar este dilúvio de dados e tecnologia, gastando cerca de 70% de seus orçamentos apenas para manter tudo ligado. Este é um modelo extremamente difícil de sustentar e isto implicará na sobrecarga pela demanda exercida sobre seus sistemas. Para resolver estes problemas, uma organização precisará entender como consolidar e reduzir a complexidade de todos os seus ativos de TI, desde desenvolvimento de produtos até serviços, incluindo-se tendências mundiais como virtualização e computação em nuvem, para que possa obter o máximo valor dos investimentos já feitos em recursos tecnológicos, bem como tomar as decisões certas sobre futuras tecnologias.
Qualquer que seja o tamanho ou a localização da empresa, todo CIO pode se tornar uma pessoa de grande valor, adotando processos simples, mas agressivos. E, se trabalhar visando estas áreas de foco e agir inteligentemente na gestão dos investimentos feitos em tecnologia, será capaz de, finalmente, comprovar suas credenciais de gestão. Além de 2009 – o mundo se tornará a "galinha dos ovos de ouro" para os CIOs.
Diego Puerta é gerente geral de serviços e soluções da Dell Brasil.

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