O plano da HP para gerar mais valor aos acionistas, o qual envolve a cisão (spinoff) do negócio de computadores pessoais e impressoras da unidade de hardware e serviços corporativos, se dividindo em duas companhias a partir de 1º de novembro, vem sendo conduzido dentro de parâmetros predefinidos e de maneira bastante equilibrada, de acordo com avaliação de analistas de mercado.
Para Alex Cho, analista da Premium Research, empresa americana de consultoria e pesquisas de mercado, alguns sinais do mercado corroboram essa análise. O negócio de sistemas pessoais da HP foi bem neste último trimestre, considerando a desaceleração nas vendas de PCs como um todo. A empresa teve um crescimento orgânico em PCs surpreendente, principalmente em notebooks, cujas vendas registraram crescimento de 19%, bem acima do crescimento esperado para todo o setor. A IDC projeta que as vendas globais de notebooks devem diminuir 4% neste ano.
"Isto mostra que a HP está realmente fazendo algum progresso nesse mercado principal. Embora, o crescimento em notebooks tenha sido compensado por quedas nos desktops, isto também se deve a mudanças estruturais. A HP está se deslocando em direção à carteira de mobilidade, que é uma área em crescimento, e é um mercado muito maior", diz Cho.
Na opinião dele, a HP é muito mais competitiva no mercado de PCs do que no segmento corporativo. "Acredito que o negócio de servidores cria desafios para a HP devido à comoditização e à crescente adesão ao projeto open-source Open Compute Project (OCP), criado pelo Facebook com objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias que tornem servidores mais eficientes e mais baratos" disse Cho, em um artigo para o Seeking Alpha, site especializado no mercado financeiro.
Ele cita que, em conversas com especialistas, vários acreditam que o OCP está reduzindo a viabilidade da venda de sistemas de engenharia, ou o que a HP chama de Industry Standard Servers (ISS), ou servidores padrão da indústria. Na avaliação de Cho, o valor desses sistemas têm diminuído em razão das médias e grandes empresas serem capazes hoje de construir suas próprias infraestruturas de TI.
O analista da Premium Research acredita que, após a separação do negócio de computadores pessoais e impressoras da unidade de hardware e serviços corporativos, as ações das empresas serão negociadas em um valor mais elevado (semelhante ao eBay e o PayPal). No entanto, Cho acha que a HP Inc., que ficará com o negócio de PCs e impressoras, tem muito mais potencial para gerar valor aos acionistas, dada a melhora do setor e de uma possível aquisição da empresa. A outra empresa resultante da cisão será a HP Enterprise Co., voltada para o mercado corporativo.
Por isso, Cho recomenda que investidores comprem papéis da empresa antes do spinoff. Eu acho que a criação de valor vai estar lá e acabará por se refletir no preço das ações."