Criar uma empresa totalmente inovadora, rodeada por tecnologias que se encarregam de tarefas repetitivas não é fácil. A missão ganha ainda mais complexidade quando se trata de incentivar e adaptar os colaboradores à cultura da inovação. Nesse cenário, executivos da área de TI (CIO – Chief Information Officer) são importantes agentes de mudança nas organizações. Esses líderes precisam garantir que a tecnologia seja parte valiosa da experiência dos funcionários e da estratégia dos negócios.
Diante das recorrentes transformações digitais no mercado, CIOs estão encarregados de acelerar a adoção de novas tecnologias, orientar colaboradores a se envolverem rapidamente com novos sistemas e estabelecer indicadores de performance ao incorporar uma cultura que estimula a destreza digital, recomenda o Gartner. Além disso, precisam tomar decisões com assertividade e rapidez.
A Transformação Digital é responsável por mudanças decisivas e impõe aos executivos das organizações o desafio de saber como aproveitar as oportunidades da automação e usar o potencial humano para inovar. As empresas que conseguem aproveitar o potencial que o digital oferece têm obtido resultados exponenciais, analisa Martha Gabriel, professora da PUC-SP. Frente à era de digitalização, resta aos profissionais aprimorarem suas competências criativas. Em análise, a professora defende que, para não ser substituído por um robô, é importante exercer as funções com mais estratégia e menos prática automática. Estimativas do Gartner apontam que um a cada cinco profissionais engajados em tarefas estratégicas vai depender de sistemas com Inteligência Artificial.
A estratégia e a criatividade são componentes fundamentais para empresas e marcas se destacarem no mercado. Portanto, um ambiente de trabalho sem empecilhos para a liberdade de criação e novas ideias se tornou imprescindível para a realidade das organizações. Mudar os processos internos com o objetivo de melhorar a gestão administrativa é outro passo fundamental para iniciar a implementação de uma cultura da inovação.
Muitas empresas ainda mantêm em sua rotina de trabalho gestores que não incentivam os colaboradores a pensarem "fora da caixa". Isso implica restrições inovadoras na entrega do serviço ou produto, uma vez que o trabalho segue um padrão infalível, porém pouco ousado e incapaz de contribuir para o aumento da margem competitiva dos negócios. O que antes dava certo, pode ter se tornado obsoleto. Essa percepção precisa ser incorporada à forma de trabalho das organizações.
Na prática, uma opção para impulsionar a cultura da inovação é proporcionar um tempo livre para que funcionários conheçam e experimentem novas tecnologias, trocando informações e ideias. Medidas como esta levam profissionais a pensarem, juntos, em novos produtos e soluções. No entanto, o processo criativo precisa ser incentivado sem sufocar os profissionais, sendo inserido gradualmente na rotina da companhia.
As organizações devem mudar internamente para mudar externamente, analisa o Gartner. Para abraçar a inovação, as empresas precisam reter pessoas que são inovadoras, criativas, colaborativas, analíticas, ágeis, com capacidade e anseio de explorar tecnologias existentes e emergentes. Os CIOs cumprem, então, função regente desses talentos, combinando equipes assertivas, capazes de melhorar os resultados dos negócios.
Permitir aos colaboradores autonomia é uma ótima alternativa para gerar inovação. O mecanismo de apenas seguir ordens de hierarquias afeta a autoconfiança e a criatividade do colaborador, provocando uma queda na produção e qualidade do trabalho desenvolvido.
É tempo de incentivar o compartilhamento de pensamentos, ideias, observações e sugestões com todos os membros da equipe. Tal movimento também inclui estagiários e trainees. Trata-se de um organismo com colaboração mútua, no qual executivos exercem uma liderança sensível às necessidades e sugestões de seus colaborares.
Para muitas empresas, no entanto, o verdadeiro dilema é transformar essa riqueza de sugestões e ideias em algo tangível e inseri-las na prática dos negócios. Muitas organizações se perguntam como resolver esses problemas. As respostas estão na correta intepretação dos objetivos e metas da companhia.
A cultura de inovação de uma empresa é singular, sempre será diferente das outras. Por esse motivo, ao transformar o ambiente de trabalho, CIOs cultivarão um modelo de negócio único. Para obter sucesso é fundamental ter fornecedores de TI que atuem como verdadeiros parceiros, estando próximos e comprometidos com os objetivos de negócio da companhia. Assim, os executivos de TI poderão se certificar de que a estratégia adotada estará sempre sendo implementada com qualidade e dentro dos prazos acordados. Dessa forma, é possível combater a falta de engajamento, diminuir erros e evitar problemas no futuro.
Sandra Maura, CEO da TOPMIND.