Nos últimos cinco meses, a consultoria E-Consulting entrevistou 203 CEOs das 1000 maiores empresas do País para saber como a Transformação Digital é aplicada em seus negócios, atualmente. A pesquisa revela que, mesmo cedendo às pressões mercadológicas em pequenos movimentos de inovação, a maioria dos líderes entrevistados acreditam que no Brasil a Transformação Digital (TD) ainda é incipiente na prática e atrelada a uma visão mais futurista nas companhias.
Segundo a pesquisa, apenas 19% dos CEOs entrevistados disseram que o papel da Transformação Digital é mostrar o futuro dos negócios nas organizações. O levantamento também aponta que 15% acreditam que o conceito será o caminho mais rápido para acessar novos mercados, além de atender e entender mais rápido os consumidores.
Um grupo de 13% dos entrevistados disse que a função da Transformação Digital é o aumento de eficiência, agilidade e simplicidade nos processos. Já 10% acreditam ser uma resposta à pressão de clientes, consumidores e usuários, cada vez mais, empoderados e conectados. Porém, só 9% acham que é um acelerador à inovação.
Em relação aos fatores externos que levariam os líderes a investirem em Transformação Digital nas suas gestões, 19% afirma que a pressão de competitividade dos concorrentes tradicionais é o maior motivo.
A globalização dos mercados e a amplificação dos padrões de escolha e consumo são os principais fatores impulsionadores para 13% dos entrevistados, enquanto 12% dizem investir no conceito por causa da popularização do tripé: revolução tecnológica, universalização de acesso e barateamento das tecnologias.
A maior conectividade dos usuários, principalmente por meio dos smartphones, é um ponto de destaque para 11%. A ameaça de novos concorrentes com modelos de negócio mais ágeis e modernos, do tipo "xtechs", animariam 10% dos entrevistados a injetar dinheiro em Transformação Digital.
Sob o ponto de vista interno, das razões que levariam os CEOS a investirem em Transformação Digital no dia a dia da operação, 13% deles disserem que o principal motivo é a combinação de aumento de eficiência, sinergia e produtividade com redução de custos aliados a novos modelos produtivos.
Para 11%, investir em Transformação Digital é uma resposta interna à pressão do mercado e nada mais, enquanto 10% enxerga no conceito oportunidades para gerar novos modelos de negócios, de produtos e de serviços quando estes forem disponibilizados para o uso de suas equipes.
A pesquisa também constata que a maioria dos CEOs (52%) atribuem maior correlação entre Transformação Digital e inovação. Para eles, inovação não depende de Transformação Digital, mas é um grande facilitador para as empresas inovarem. Na contramão, 35% já acreditam que inovação só acontece quando há Transformação Digital na companhia. Já 14% dizem que Transformação Digital não tem nenhuma relação direta com inovação.
Para Daniel Domeneghetti, coordenador da pesquisa e CEO da E-Consulting, especialmente nos segmentos mais distantes do usuário final, os CEOs não são os principais impulsionadores da Transformação Digital de suas empresas. As raras exceções visionárias estão em companhias já nascidas com DNA digital, tanto em setores novos como nos tradicionais.
"Naqueles setores tradicionais em efetiva disrupção digital no seu core business e na lógica de sua cadeia, como financeiro, conectividade, educação e entretenimento, os CEOs deverão assumir o papel de protagonistas deste conceito nos próximos dois anos. Parte disso, está revelado nos altos índices de apostas e nos investimentos denotados na pesquisa", explica Domeneghetti.