O crescimento do consumo de computadores no segundo trimestre, principalmente de notebooks, elevou o Brasil da sétima posição no ranking mundial de vendas desses equipamentos para a quarta colocação, segundo a IDC Brasil. O crescimento de quase 20%, graças às vendas de 2,1 milhões de desktops e notebooks no país entre abril e junho, surpreendeu o mercado global.
O analista sênior da consultoria, Reinaldo Sakis, explica que, em volume e alta concentração de vendas de desktops no primeiro trimestre deste ano (1.721.586 unidades), o Brasil já ocupou um honroso terceiro lugar no ranking mundial, mas na soma com as vendas de notebooks (227.599 unidades) o país foi para a sétima posição. ?O que já indicou um avanço significativo, uma vez que de 2004 a 2006 permanecemos em oitavo lugar no ranking mundial?.
No segundo trimestre, as vendas de notebooks superaram as expectativas. Foram vendidas no total 300.481 unidades desses equipamentos no período. O interessante, segundo Sakis, é que os preços analisados entre abril e junho, e que vinham caindo muito desde 2006, se mantiveram quase no mesmo patamar verificado nos três primeiros meses deste ano. ?O que mudou e impulsionou o consumo de notebooks no mercado brasileiro foi a redução nos juros das parcelas e o aumento dos prazos de pagamento, que também fortaleceram as vendas de produtos tecnicamente mais completos e, conseqüentemente, mais caros?, explica Sakis, ao destacar que o varejo ainda é o principal canal de comercialização de notebooks.
Não tão surpreendentes, mas ainda dominantes foram as vendas de desktops no segundo trimestre: 1.864.920 unidades. A IDC esclarece que essa concentração não é uma questão de preferência, mas um claro reflexo da condição econômica dos consumidores, que pelo mesmo valor podem comprar um desktop mais ?poderoso?. Para Sakis, ?o que estamos vendo hoje é resultado de uma maior consciência das vantagens que o equipamento portátil pode trazer quanto a espaço e a possibilidade de transporte, entre outros valores, além do custo de aquisição?.
De acordo com o histórico dos estudos da IDC, enquanto em 2004 o país estava em oitavo lugar no ranking mundial com a vendas de desktops, em notebooks ficou em 33º lugar. Em 2005 pulou para o quinto lugar em desktops, porém em notebooks a posição do Brasil caiu para a 34º; em 2006 o país já pulou para o 3º lugar nas vendas de desktops, e no quesito notebooks, que já apresentou um expressivo aumento nas vendas, subiu para o 25º posto.
No primeiro trimestre deste ano a aquisição de desktops caiu e o país baixou para a quarta posição, mas a explosão nas vendas de notebooks saltou para a 17º colocação. Finalmente, no segundo trimestre as vendas dos equipamentos colocou o Brasil no terceiro lugar na comercialização mundial de desktops e o 15º em notebooks.
As estimativas da IDC apontam para vendas de aproximadamente 9 milhões de computadores no Brasil neste ano. ?Esse crescimento de 25% em relação às vendas do ano passado não deverá alterar a nossa posição no ranking mundial, uma vez que os mercados nas primeiras posições são Japão, China e EUA, muito maiores que o nosso.
Mesmo nas previsões mais otimistas é muito difícil pensar em igualar ou até ultrapassar esses países, pois enquanto o Brasil vendeu 2,1 milhões, o Japão vendeu 3,1 milhões num trimestre considerado fraco, e os resultados da China e dos Estados Unidos foram, respectivamente, de quase de 7 milhões e 16 milhões no mesmo período?, conclui o analista.