Representantes do Governo da África do Sul e da State Information Technology Agency (Sita), empresa estatal daquele país com atuação na área de tecnologia da informação, estarão em São Paulo a partir de segunda-feira (3/9) em uma missão de reconhecimento para identificação das competências brasileiras em software e serviços.
"Com uma economia em franco desenvolvimento e um importante mercado interno, a África do Sul está passando por um processo de inserção no mercado global, muito semelhante ao vivido pelo Brasil nos anos 90", explica José Cusnir, consultor da Softex contratado para coordenar a iniciativa. Segundo ele, isso gera uma oportunidade única para que empresas brasileiras conheçam as necessidades sul-africanas.
A Sita procura empresas brasileiras para atuarem em conjunto com empresas sul-africanas na área de software e de serviços. O modelo adotado pela estatal sul-africana é o de parceria, para engajamento da força de trabalho local nos projetos. No entender de Cusnir, a missão tem tudo para gerar as condições necessárias para a operacionalização dos acordos bilaterais firmados no âmbito do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS). O executivo lembra ainda que os empresários brasileiros "devem ter em mente as oportunidades geradas pelo desafio assumido pela África do Sul de sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2010".
Integram a missão sul-africana, que fica no país até o próximo dia 6, Mmamathe Makhekhe-Mokhuane, que preside o Conselho Oficial Governamental de Tecnologia da Informação, responsável por recursos da ordem de US$ 5 bilhões para o período 2007/08; Elizabeth Ngcingwana, do Departamento de Transporte Regional e responsável pela área de TI para assuntos relacionados ao Mundial de Futebol de 2010; além de consultores governamentais para as áreas de TI, pesquisa e desenvolvimento e serviços estratégicos.
Entre as áreas de competência que os sul-africanos já demonstraram interesse em conhecer estão os programas de inclusão digital, soluções de software aberto, de educação e e-learning, além do segmento de governo eletrônico, com foco nas áreas de gerenciamento, controle e gestão de empresas públicas, incluindo a oferta de serviços públicos via web.
Na programação da missão, estão previstas visitas a sites de governo, para verificar soluções de governo em pleno funcionamento, encontros com autoridades governamentais e reuniões com empresas brasileiras provedoras de soluções e serviços de TI voltadas a governo eletrônico.
A vinda da missão comercial ao Brasil é resultado do trabalho iniciado no ano passado, quando em julho foi realizada uma missão prospectiva à África do Sul. Essa iniciativa criou as condições, no mês seguinte, para a missão empresarial multissetorial, ocorrida entre 28 e 31 de agosto de 2006, em Johannesburgo. Trata-se de mais uma das iniciativas que integra o Projeto Setorial Integrado para Exportação de Software e Serviços Correlatos (PSI-SW), plano de exportação de software e serviços já implementado no país e gerenciado pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), com apoio técnico e financeiro da Apex-Brasil. Entre os objetivos do programa estão o aumento da competitividade das empresas brasileiras junto aos principais mercados mundiais e da visibilidade da marca "Brazilian Software" no exterior, auxiliando na construção de uma imagem de confiabilidade e de competência.
Atualmente, o PSI-SW é integrado por mais de 60 corporações localizadas nas mais diversas regiões do país. Ele foi concebido de modo a atender às necessidades da indústria de software e serviços nacional, bem como garantir foco em atividades capazes de gerar resultados comerciais. As empresas estão agrupadas em nove Portfólios de Soluções Verticais (PSVs): finanças, telecom, gestão, segurança da informação, governo, educação, saúde, energia e aviação. Participam do PSI-SW empresas produtoras de software e prestadoras de serviços de desenvolvimento de soluções sob encomenda e outros serviços de TI (outsourcing offshore).