Está nos planos da ZTE produzir no Brasil os terminais iPhone e iPad, da Apple, em regime de terceirização (OEM). A informação é de Ângelo Perugini, prefeito de Hortolândia, cidade do interior de São Paulo onde se encontram a fábrica e a sede da ZTE na América Latina. “A ZTE começou a fabricação local em setembro e também quer produzir iPhone e iPad em Hortolândia já para o Natal”, disse o chefe do executivo do município pertencente à região metropolitana de Campinas.
Em evento de cooperação econômica entre Brasil e China, realizado nesta segunda-feira, 31, em São Paulo, a informação foi confirmada por um executivo chinês da ZTE, mas para início de produção em 2012. A ZTE do Brasil, no entanto, desmente a notícia.
Caso sejam concretizados os planos da ZTE em Hortolândia e o município supere outros candidatos na disputa para acolher também a unidade fabril da Foxconn (que produzirá iPhones e iPads), a cidade pode se tornar a capital brasileira da Apple. “Seria maravilhoso e não há cidade melhor que Hortolândia, que está se tornando o ‘vale do silício brasileiro’ e recentemente foi premiada por uma ONG internacional como uma das 300 cidades mais dinâmicas do mundo”, acrescentou o secretário de Indústria, Comércio e Serviços do município, Marcelo Borges.
Segundo informou a assessoria de imprensa da ZTE no Brasil, a companhia não produz em outros países em regime de OEM. Caso seja confirmada, a fabricação brasileira de equipamentos da Apple, portanto, seria a primeira experiência do tipo da empresa.
Produção e pesquisa
A ZTE comprou um terreno de 500 mil metros quadrados em Hortolândia, onde construirá sua fábrica, que será também o pólo produtor da América Latina. Enquanto isso, a companhia chinesa adquiriu o galpão de um condomínio industrial na mesma cidade (pertencente à IBM), onde produz, desde o mês passado, celulares e smartphones. O prefeito Perugini destaca a importância de Hortolândia para a criação de mão-de-obra qualificada no País, uma vez que a nova fábrica da ZTE abrigará ainda o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa na América Latina, exigência que foi recentemente acordada entre a presidenta do Brasil, Dilma Roussef e o líder chinês, Hu Jintao. “Outro item do acordo é que somente 20% dos funcionários da ZTE no País podem ser chineses. Hoje são 2 mil colaboradores, entre eles 400 chineses”, diz.
Hortolândia
O objetivo de Hortolândia é o de se tornar um centro de referência tecnológica no Brasil. Para isso, conta com vários trunfos, como o subsídio fiscal, logística privilegiada (a 23 quilômetros do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e proximidade de duas importantes rodovias), Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 10 bilhões na área de tecnologia e aporte estimado de US$ 300 milhões entre 2011 e 2012 somente pelas empresas tecnológicas. “Além disso, há outras grandes gigantes do setor em Hortolândia, como a IBM e Dell, e parcerias com centros de excelência como Unicamp e CPqD”, acrescenta o secretário Marcelo Borges.