O setor de consumo continua a enfrentar constantes mudanças no cenário mundial. Vivemos um período de instabilidade nas economias e constante mudança nos hábitos de consumo, criando, dessa forma, preocupações e oportunidades de se diferenciar no segmento.
Segundo a recente pesquisa intitulada Consumer Executive – Top of Mind 2013" (Executivo do setor de consumo – Top of Mind 2013), realizada em conjunto pela KPMG internacional e o "Consumer Goods Forum (CGF)", um em cada cinco executivos do setor elege "a economia e as demandas dos consumidores" como a principal preocupação este ano, e mais de 40% colocam esse item como um dos três mais importantes em suas agendas.
Olhando para o Brasil, quando analisadas as expectativas de crescimento nas vendas para os próximos dois anos, o empresariado está otimista. Quarenta e quatro por cento dos executivos acreditam que aumentarão e apenas 6% não creem nessa possibilidade. Apesar das turbulências dos últimos anos, o País apresenta um cenário de crescimento e, com ele, mais pressão para as empresas contratarem e manterem talentos e pessoal especializado e encontrarem formas mais sustentáveis ??de gerir seus negócios. Assim, as principais preocupações do empresariado direcionam-se à busca de profissionais especializados/recursos humanos, melhoria de produtividade e à responsabilidade corporativa.
Para que essa expectativa de avanço torne-se realidade é necessário que o foco esteja voltado aos clientes. As empresas têm reconhecido o poder e a influência do consumidor. Por isso, o objetivo é trabalhar com o cliente e atender às suas necessidades, ao invés de apenas tentar influenciá-lo.
Para capturar a importante atenção do consumidor em meio à feroz competição, as empresas de varejo buscam formas de diferenciação e perpetuidade, sendo que muitos voltam seus olhos para capitalizar seu comércio por intermédio da internet e dispositivos móveis, dentre eles smartphones e tablets. A aceitação crescente da Web como um meio de compras torna-se um desafio e uma oportunidade para os varejistas. Ao compreender e alavancar o poder das mídias digitais e sociais, as empresas podem integrar suas estratégias on-line a suas vendas, possibilitando maximizar retornos financeiros.
Hoje, o consumidor, além de mais esclarecido e antenado, possui recursos tecnológicos que o ajudam a comparar preços e qualidade, em tempo praticamente real, e a influenciar sua rede de contatos e o mercado. Como resultado dessa nova realidade do mercado, os consumidores estão exigindo mais de tudo. Estas expectativas, juntamente com o aumento dos preços dos insumos, cadeias de suprimentos e regulação complexas e concorrência, criam diversos desafios no caminho do crescimento sustentável das empresas.
O mundo do varejo está sempre oscilando devido, principalmente, à evolução da tecnologia e alterações econômicas, demográficas e etárias. Apesar dessa montanha-russa, existem fatores estáveis e que sempre estarão no topo das agendas dos executivos. Ter bons produtos e custos baixos com um foco constante no cliente é prática crucial e sem data de validade.
O velho ditado de que o cliente tem sempre razão é, mais do que nunca, uma verdade incontestável!
Paulo Ferezin é diretor da KPMG e líder para a área de varejo.