A IBM está negociando a venda de sua unidade de servidores à Lenovo, fabricante chinesa que em 2004 adquiriu a divisão de computadores pessoais da gigante norte-americana. De acordo com fontes ligadas ao assunto ouvidas pelo The Wall Street Journal, as conversas estão em fase avançada para que a Lenovo incorpore o negócio de servidores de arquitetura x86.
Apesar de não quebrar a receita obtida com a venda de servidores, o Morgan Stanley calcula que a IBM tenha faturado aproximadamente US$ 4,9 bilhões com servidores no ano passado. Por isso, se confirmada a venda, o preço pode chegar na casa dos bilhões de dólares.
Os rumores chegaram ao mercado depois da divulgação do balanço financeiro da IBM referente ao primeiro trimestre, com resultados um tanto quanto decepcionantes para Wall Street. O lucro líquido da companhia registrou queda de 1,1%, totalizando US$ 3 bilhões, enquanto a receita teve recuo de 5% e fechou o período em US$ 23,4 bilhões. Antes da abertura da bolsa eletrônica Nasdaq, nesta sexta-feira, 19, no chamado pre-market, as ações da IBM estavam com desvalorização de 6,6%, cotadas a US$ 207,15, por volta das 10h30 (horário de Brasilia).
Em nota enviada ao jornal americano, a Lenovo assumiu estar em negociações preliminares "com uma empresa a respeito de uma potencial aquisição". A fabricante não confirmou, contudo, o setor de atuação da companhia nem tampouco o nome da outra parte da transação.
Vale retomar o episódio da venda da unidade de PCs da IBM para a Lenovo. Quando a empresa tomou essa decisão, em 2004, o mercado de computadores passava por um mudança drástica. Até então um segmento lucrativo, as margens ficaram bastante reduzidas e, nos últimos trimestres antes do fechamento do negócio, as vendas de notebooks e desktops tiveram forte retração.
Os servidores com tecnologia x86 já foram altamente lucrativos, capazes de alavancar o desempenho de companhias como HP e Dell, que ainda hoje dependem do desempenho de suas unidades de servidos para equilibrar as contas. A IBM, com dificuldades de competir com essas companhias, pode dar um passo a parar de vender um produto que, no mercado, produz em grandes volumes, mas com menor lucratividade.
