A Foxconn, fabricante chinesa de eletrônicos em regime de terceirização e principal fornecedora da Apple, congelou as contratações em suas fábricas na China. O motivo da medida é atribuído à redução na produção do iPhone 5. De acordo com o jornal britânico Financial Times, a companhia alegou, além da crise financeira desencadeada a partir de 2009, a retração na demanda por produtos da companhia americana.
Funcionários de recursos humanos das maiores fábricas da Foxconn, além do governo local e recrutadores externos que trabalham com a empresa, disseram que houve avisos internos na terça-feira, 19, e nesta quarta-feira, 20, informando sobre a interrupção das contratações pelo menos até o fim de março. "Atualmente, nenhuma das plantas na China tem planos de contratação", disse o porta-voz da empresa na fábrica de Shenzhen, Liu Kun.
Recrutadores da companhia confirmaram que deixaram de contratar para as linhas de produção de iPhone e iPad em Shenzhen, a maior fábrica da empresa, com mais de 200 mil trabalhadores, bem como em Zhengzhou, a segunda maior, com cerca de 200 mil operários. A fábrica de Taiyuan, que tem 79 mil empregados desde setembro e faz peças para iPhone, e a de Chengdu, que produz o iPad, também congelaram contratações.
A força de trabalho da Foxconn foi estimada em cerca de 800 mil funcionários durante a crise de 2009, mas subiu para 1,2 milhão no ano passado, antes do lançamento do iPhone 5. O período de permanência dos trabalhadores na empresa é inferior a 13 meses, em média, de acordo com informações de pessoas ligadas à companhia. Assim, o número de funcionários na Foxconn pode cair para dezenas de milhares de pessoas com o congelamento de contratações por um mês.
Em janeiro, pessoas próximas à Apple revelaram que a companhia suspendeu seus pedidos de componentes para o iPhone 5 em razão da demanda abaixo do esperado pelo aparelho. Procurada pelo jornal britânico para comentar o assunto, a Apple não retornou.