O M2M (Machine to Machine) é um mercado fragmentado com inúmeras aplicações atendendo a diversas verticais, como Transporte, Segurança, Energia, Pagamentos, entre outros. Porém, a premissa básica é a mesma em todas as aplicações: capturar informações por meio de diversos dispositivos instalados em pontos remotos e transmitir e processar esses dados por um servidor central, o qual eventualmente retorna uma resposta ou dispara uma ação.
Uma complexa cadeia de valor é utilizada neste processo de interconexão remota de máquinas, onde o elemento responsável por prover a conectividade é o chamado Provedor de Serviços de Comunicações, ou PSC. O mesmo pode contribuir significativamente para o sucesso dos projetos de M2M ao adicionar valor à cadeia M2M e permitir a simplificação dos processos.
Uma das verticais que podem se beneficiar desta "adição de valor" é a área de Saúde, onde estão cada vez mais presentes as aplicações M2M. O desenvolvimento tecnológico, o envelhecimento da população e um requerimento cada vez maior pelo "bem estar" são alguns dos direcionadores do surgimento de aplicações M2M nessa área.
Diversas aplicações já são disponibilizadas para Telemedicina, como monitoramento de atividade física e programas de autotreinamento para praticantes de modalidades esportivas; programas de dieta e monitoramento de calorias; monitoramento de pacientes através da conexão remota a centros de diagnóstico de equipamentos (monitores cardíacos, de pressão arterial, dentre outros); transmissão de exames a especialistas a fim de obter aconselhamento em tempo real; e benchmark por meio de acesso à literatura e informações específicas.
O Provedor de Serviços de Comunicações garante a conectividade dos equipamentos que ficam com o paciente e pode também fornecer serviços de valor adicionado que aumentam a confiabilidade e simplificam a implementação e operação dos sistemas de Telemedicina.
Entre estas soluções estão sistemas de gerenciamento online que permitem verificar em tempo real a conexão de equipamentos remotos e analisar os dados transmitidos; conexões redundantes garantindo maior disponibilidade e funcionamento contínuo dos serviços de telemedicina, hospedagem segura de aplicações e bancos de dados que garantem privacidade e segurança da informação.
É possível, também, integrar e certificar sistemas e dispositivos remotos; aplicar processos padronizados de gestão de TI para permitir visibilidade sobre alterações, operação, capacidade e continuidade dos serviços; e fornecer sistemas de Inteligência para tratamento de Big Data que permitam obter informações para planejamento e melhoria de políticas de saúde.
Adicionalmente, além das aplicações de Telemedicina, podem também ser considerados outras aplicações de natureza administrativa, como sistemas de atendimento e agendamento de consultas de pacientes, automatização de histórico de pacientes, controle de insumos, integração com os sistemas de gestão de planos das operadoras de saúde e outras aplicações que otimizam processos e melhoram as condições do sistema de saúde, tanto público quanto privado.
Em um país como o Brasil, onde, de acordo com a pesquisa "CNI-IBOPE Retratos da Sociedade Brasileira Saúde Pública", de 2012, 68% da população tem a rede pública como único ou principal fornecedor de serviços de saúde, e 61% consideram estes serviços ruins ou de péssima qualidade, a introdução de sistemas de telemedicina e outros associados à saúde que utilizem aplicações M2M e serviços de valor adicionado a fim de melhorar a gestão e o processo como um todo, tem na tecnologia um aliado importante para melhorar a prestação de serviços de saúde para a população.
Max Ciqueira, consultor para M2M da Lyra Network