A Internet das Coisas (Internet of Things) é um novo paradigma que combina diferentes tecnologias e conceitos como a onipresença da informática no cotidiano das pessoas (computação ubíqua ou pervasiva), protocolos de Internet, sensores baseados em diferentes formas de energia e estímulos (som, luz, temperatura, corrente elétrica, radiação, nível de líquido, químicos, movimento, pressão, entre outros), tecnologias de comunicação e dispositivos com tecnologia embarcada. Tais elementos trabalham em conjunto formando um sistema que promove uma interação completa entre o mundo digital e físico estabelecendo relação simbiótica perene. Dispositivos inteligentes, ou objetos inteligentes (smart objects), são efetivamente a base da visão da IoT (Internet of Things) conforme concluiremos nessa nova série de posts.
A inserção e disponibilização deste conjunto de tecnologias em objetos que fazem parte do nosso dia-a-dia os transforma em dispositivos inteligentes capazes não só de coletarem informações de diferentes ambientes e interagir com o mundo físico, como se comunicarem entre si para troca de dados e informações.
O grande número de objetos inteligentes e interconectados, e consequentemente a enorme quantidade de dados disponíveis geradas em suas interações, possibilitará o surgimento nos próximos anos de serviços ainda não imaginados que trarão benefícios concretos para a sociedade como um todo, o meio ambiente, a economia mundial e a qualidade de vida das pessoas. Presenciaremos a produção de objetos inteligentes que têm em seu desenvolvimento componentes tecnológicos que possibilitarão essa condição. Trata-se de um cenário diferente do que temos presenciado com tecnologias embarcadas em objetos físicos já existentes e em utilização. Os smart objects serão concebidos como tal desde as fases iniciais de desenvolvimento e conceituação. O mercado de IoT deverá movimentar mais de 30 trilhões de dólares mundialmente até 2025.
A origem da Internet das Coisas tem sido atribuída, desde o início da década passada, aos membros da Auto-ID Center do MIT, uma comunidade de desenvolvimento enfocada em pesquisas sobre identificação por radiofrequência (RFID). A visão estava ligada à leitura de informações sobre um objeto com uma identificação de radiofrequência através de um endereço de Internet ou um registro de banco de dados. Atualmente, o conceito de objetos inteligentes não se restringe somente ao RFID. Trata-se, de fato, de qualquer objeto físico ou digital que pode ser reconhecido, localizado, controlado via Internet, além de possuir a capacidade de se comunicar, "sentir" (sensoriamento), e integrar com o ambiente (incluindo outros objetos inteligentes). Estima-se que o número deste tipo de objeto superará os 7 trilhões nos próximos 10 anos.
O potencial de desenvolvimento de novas aplicações baseadas na Internet das Coisas (IoT) é ilimitado. Essa realidade decorre do fato de sua capacidade de coleta contextual de informações (por exemplo, captando informações sobre fenômenos naturais, parâmetros médicos ou hábitos de uso) e de fornecimento de serviços customizados de acordo com cada contexto. Independente do campo de aplicação, a IoT terá como objetivo melhorar o nível de qualidade de vida das pessoas com profundos impactos na economia e sociedade nos próximos anos. Elas estarão inseridas em diferentes contextos como pessoal, social, médico, ambiental, logístico, energético, dentre outros. Abordaremos nos próximos posts algumas aplicações da IoT que terão profundo impacto em nossas vidas nos próximos 15 anos.
Bruno Rossi, diretor de consultoria da ASM.