Percebe-se claramente no vocabulário dos gestores, sejam eles da área de TI ou não, que o termo “Governança Corporativa” está cada vez mais popular e tem ganhado muita importância.
De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) a Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle.
As boas práticas de governança convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade.
Isto quer dizer que a Governança Corporativa depende totalmente do modelo de gestão da empresa, e depende também da maneira na qual esta gestão está sendo realizada e fiscalizada.
Quando as práticas de governança são bem utilizadas os benefícios ficam bastante claros: melhores controles e decisões na alta gestão e redução do custo de capital pelo aumento da confiança dos investidores. Além disso, ela também é reconhecida como essencial para que as empresas possam aumentar sua visibilidade, fortalecendo a confiança dos acionistas, através de uma imagem de controle, transparência e previsibilidade.
Tendo em vista grandes desastres econômicos e sociais como os casos Enron, Worldcom e Tyco, o bom uso desse conjunto de processos, costumes, políticas, e leis que regulam a maneira como uma empresa é administrada, tornou-se um tema recorrente nas rodas tanto de grandes, quanto de pequenas empresas, enquanto o seu mau uso tornou-se enredo de documentários (como o aclamado “Too Big to Fail”), dramas (“The Company Men”) e até mesmo comédias (“Fun With Dick & Jane”).
Mas quais quais os benefícios e também as consequências de seu mau uso, e qual é o papel da TI neste cenário?
A Governança Corporativa é composta de seis ativos principais, sendo eles: (1) Humanos, (2) Financeiros, (3) Físicos, (4) Propriedade Intelectual, (5) Relacionamento e (6) Tecnologia da Informação (TI).
Para pensarmos em Governança de TI, devemos levar em consideração que a área de negócio de uma empresa tem o respaldo de aplicações de TI, que por sua vez depende de toda a infraestrutura de TI, e que essas informações devem ser absolutamente confiáveis, sempre.
Para se garantir o alinhamento da governança de TI aos negócios, foram criados inúmeros frameworks e ferramentas, dentre eles podemos destacar: BSC (planejamento e desempenho), COBIT (governança e controle), ITIL e ISO 20000 (serviço), PMBOK (projeto), CMMI e MPS BR (engenharia de software), Val IT (investimentos em TI), TOGAF (framework de arquitetura de negócio, aplicações e tecnologia), NBR ISO (governança corporativa de tecnologia da informação, SIX SIGMA (qualidade), entre outros.
Vale lembrar que a simples adoção de uma dessas ferramentas ou frameworks não garante o sucesso e a efetividade da Governança em si. Para se tirar o máximo proveito dos princípios da Governança, deve-se escolher dentre todas as opções disponíveis, quais abordam as melhores práticas e também quais itens serão mais aderentes ao negócio, à cultura e à identidade da organização.
Jonatan Neves, analista de Sistemas da Teclógica