Universalizar os serviços de telecomunicações através da ampliação oferta de computadores e serviços de internet, desenvolver produtos mais simples e mais baratos e promover parcerias com escolas e universidades são as medidas que os usuários esperam das empresas para combater a exclusão digital. Essa é a principal constatação do estudo ?Inclusão Social e Telecom?, realizado neste mês pela empresa de pesquisa TNS InterScience.
O levantamento, que procurou entender as principais necessidades e benefícios dos produtos de telecomunicações sob a ótica da inclusão social, foi realizado na cidade de São Paulo, junto a 400 famílias das classes A, B, C e D. Foram analisados os setores de telefonia fixa e móvel, internet (computador e banda larga) e TV.
O estudo aponta que hoje as maiores necessidades dos usuários de serviços de telecomunicações são educação e informação e os recursos mais utilizados para essa finalidade são o computador e a internet. Em segundo plano estão a comunicação (telefonia fixa) e o entretenimento (TV). ?Isso é unânime, independente da condição social dos usuários?, ressalta Lucas Pestalozzi, diretor de planejamento da TNS InterScience. Segundo ele, a expectativa da maioria dos entrevistados (68%) é que as empresas de tecnologia reduzam preços e desenvolvam parcerias com escolas e universidade para ampliar o acesso a esses produtos relacionados à educação.
A avaliação da importância dos serviços de telecomunicações para os usuários levou em conta a classe social. Para a maioria deles (48%) o produto mais importante é o computador. Em seguida vem a TV aberta (15%), internet em banda larga (11%), rádio (9%), telefone fixo (8%), TV paga (5%) e celular (4%).
Ao questionar os motivos que levam os entrevistados a utilizar determinados produtos e serviços, o estudo detectou que 54% do total da amostra buscam educação/cultura, 27% informação, 15% comunicação e 4% diversão e entretenimento. ?Entre os segmentos sociais analisados, a necessidade de educação fica muito mais evidente na classe C, onde esse percentual é de 59%?, afirma Pestalozzi.
A pesquisa perguntou, ainda, o que as pessoas comprariam ou eliminariam de seus orçamentos se tivessem R$ 100 a mais em sua renda mensal. Do total da amostra, 33% responderam que comprariam computador; 12% celular ou TV paga, 8% telefone fixo e 7% serviço de banda larga.
Se tivessem que cortar gastos, 27% optariam por abolir o celular, 12% a TV paga, 16% o telefone fixo e 5% a banda larga. O principal argumento da maioria dos entrevistados (56%) para o corte do celular é o valor elevado da conta, 14% responderam que usariam mais o telefone fixo e cortariam o móvel. No item TV por assinatura, 38% consideraram esse serviço supérfluo e desnecessário, enquanto 30% pensaram na possibilidade de substituir a TV paga pela aberta. Já no quesito banda larga, 21% afirmaram que trocariam pela internet discada, por ser mais barato, e 19% se mostraram predispostos a acessar a rede em cibercafés e lan houses.
Em relação ao telefone fixo, 70% cortariam porque o valor da conta é muito alto e 23% eliminariam esse serviço, mantendo apenas o celular. Se tivessem que optar entre telefone fixo e celular, 74% ficariam com o fixo e 26% com o celular. Independentemente do custo, se tivessem que escolher entre computador e TV por assinatura, 79% elegeriam o computador e 21% a segunda opção. Entre a internet e a TV paga, ganha a primeira alternativa, com a preferência de 71% dos entrevistados.