Impulsionada pela oferta de redes 3G, a HP anunciou nesta quinta-feira, 14, dois novos modelos da sua linha iPaq (iPaq300 Travel Companion e iPaq 610 Business Navigator) que agora inclui recursos do sistema GPS e localização Google Maps. Apesar da tradição de atuar no mercado corporativo, com esse lançamento a empresa visa atingir também o consumidor final.
De acordo com Frederico Davila, gerente de produtos handheld da HP para a América Latina, até o fim de setembro deverão ser anunciados acordos com as operadoras, motivo pelo qual não há um preço definido nos planos de subsídios. O modelo iPaq 300 desbloqueado tem preço sugerido de R$ 1.499,00; e o modelo 610 vai estar disponível até o fim do ano.
"Por um acordo especial com o Google, os mapas que vêm bundling nos aparelhos oferecem recursos de zoom mais rápidos que os concorrentes. Além disso, de acordo com a rede de cada operadora, o GPS também terá recursos de direcionamento por voz", explica Davila.
Questionado sobre o posicionamento dos iPaqs em relação à concorrência, o executivo explicou que o mercado é suficientemente amplo para todos, mas "só a HP pode oferecer uma solução end-to-end, integrando desde handheld até o servidor, o que é muito importante para o mercado corporativo".
Ele revelou ainda que a base instalada de iPaqs no Brasil é de 120 mil unidades e que a HP oferecerá um trade in (sistema que garante descontos na compra de novos equipamentos com a devolução do antigo) para os clientes migrarem para o sistema 3G. "Além disso, já temos quatro parceiros desenvolvendo soluções de automação de força de vendas, farmácia hospitalar e hotelaria", adianta Davila. "Mas a HP continuará a comercializar os modelos tradicionais sem 3G, pois dependendo da aplicação o cliente quer uma solução mais barata, como por exemplo, o setor de restaurantes", explica.
Mercado móvel
De acordo com Geraldo Pereira de Araújo, sênior advisor das áreas de comunicação, mídia e novas tecnologias da Accenture, que fez uma palestra aos jornalistas presentes ao lançamento dos produtos, o Brasil conta hoje com cerca de 10 milhões de conexões móveis em banda larga, dos quais 300 milhões acessando 3G, incluindo notebooks com cartão de conexão.
"A expectativa é que em 2010 cerca de 70% da área geográfica brasileira seja coberta por redes 3 G; e que em 2010 o número o acesso banda larga móvel supere 15 milhões de conexões. Hoje o índice de acesso à Internet usando redes móveis já representa 10% das conexões de banda larga, superior aos Estados Unidos, onde o índice é de 6%", afirmou. "Mas em comparação ao Japão estamos distantes, pois naquele país o acesso é de 50 a 60 milhões conexões 3G", acrescentou.
De acordo com estudos da Accenture, a cada dez anos a telefonia móvel sobe um degrau e atravessa um período de estabilidade. O atual começou em 2002 com as redes 3G, que deverá prosseguir até 2010 quando surgirem as primeiras redes 4G.
Para a expansão da rede, Araújo diz será necessário uma combinação de iniciativas, como a oferta de conteúdos oferecidos em parceria no modelo baseado em "revenue share" (compartilhamento de receita) e não mais em "killer application" (aplicação matadora), na redução de preços dos dispositivos móveis; na redução de custos das redes 3G em relação às redes atuais, entre outros fatores. "Os usuários desejam ter o mesmo nível de experiência no que se chama três telas: celular, computador e TV", enfatiza.
Nova safra de iPaq
Os modelos de iPaq anunciados nesta quinta-feira, 14, são baseados nos sistemas operacionais Windows: o modelo 300 com o Windows CE 5.0 e o 610 com Mobile 6.0 Professional – ambos têm recursos de tela touch screen. O iPaq 610 pesa 145 gramas, tem conectividade multibanda HSDPA de 3,6 Mbps a 7,2 Mbps, GSM/GPRS/Edge, Wi-Fi 802.11b/g, Bluetooth 2.0, conector mini USB 2.0, câmera de 3 megapixles com foco automático e player WMA. Ele já vem com o sistema A-GPS com navegação detalhada (turn-by-turn) incluindo a aplicação Google Maps.
O modelo iPaq 300 pesa 187 gramas e vem com conector mini USB e um processador de 600 MHz. O GPS desse modelo permite que a pessoa use os dedos para deslizar o mapa na direção que pretende visualizar e conta com um sistema sonoro de alerta. O zoom tem um recuso para que o viajante possa alterar da visão de 3 mil metros de distância (proporcionada pelo satélite) para uma visão ao nível da rua, facilitando encontrar o local com mais precisão.