Compra de tecnologia dá lugar à contratação de serviços

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Comprar tecnologia exige altos investimentos das empresas e inclui ainda grandes esforços internos para instalar e manter os equipamentos próprios funcionando. Tudo isso para, depois de alguns anos, ter produtos obsoletos dentro de casa e começar o ciclo do zero outra vez.

Com tantas desvantagens, a compra direta de tecnologia pelas empresas está deixando de ser uma opção interessante para muitas companhias brasileiras, que já começam a optar pela contratação de serviços terceirizados nesta área. Na prática, são companhias que não precisam mais investir sequer um centavo em equipamento próprio, e com isso, aliviando os balanços financeiros.

A tendência é mais acentuada em outros mercados, como nos Estados Unidos, onde até mesmo equipamentos domésticos podem ser instalados nas residências por meio de contratos de uso com duração de alguns anos. Desta forma, o consumidor daquele mercado tem a garantia de que vai usufruir de produtos de última geração em casa, mediante o pagamento de uma quantia mensal, sem precisar comprar nenhum item próprio.

No Brasil, o mesmo movimento já começa a ocorrer no meio corporativo e promete se tornar uma forma consolidada de fazer negócios no mundo tecnológico.

Até pouco tempo atrás, corporações chegavam a investir cifras bilionárias em ativos de tecnologia que iam desde equipamentos de informática e de comunicação a ferramentas de colaboração. Estes investimentos envolviam ainda a necessidade de equipes próprias para instalação, manutenção e suporte.

Hoje, já existem diversos fornecedores que oferecem contratos mensais para prover os equipamentos, assim como toda a manutenção necessária, além de serviços agregados. Concluído o período estipulado em contrato, existe a opção de trocar todos os equipamentos por outros novos, reduzindo o risco de obsolescência, tão comum neste mercado.

Para os clientes, este formato de negócios reduz a dor de cabeça com atividades que não são as principais da companhia, além de garantir uma estrutura mais enxuta e diluir os investimentos na área.

Quem tem oferecido este tipo de serviço são os próprios fabricantes dos hardwares, sendo que alguns trabalham diretamente com o cliente, enquanto outros operam com a ajuda de integradores.

Com o avanço da tecnologia, é notável que os hardwares estão se tornando cada vez mais commodities, sem muita diferenciação entre aqueles fabricados pelos maiores players do setor e os produzidos na China por um pequeno fabricante. Para combater essa tendência de "commoditização", os fabricantes partiram para oferecer serviços agregados aos equipamentos.

Um bom exemplo são os serviços de telefonia em grandes redes de hotéis, que hoje funcionam como computadores que atendem os hóspedes sem a necessidade de contato humano, ou as geladeiras dotadas de conexão com a internet que poderão conversar com os supermercados e comandar as compras do mês. Alguns dos mercados mais atentos a estes movimentos são o varejo, o setor automotivo e também a medicina, que conta cada vez mais com o apoio da inteligência artificial.

Com o tempo, outros segmentos devem se adaptar à nova realidade da contratação de tecnologia como serviços. Um bom exemplo é o agronegócio, que tende a se beneficiar cada vez mais pela existência de tecnologia para monitorar e controlar a safra, com promissores ganhos de eficiência. E tudo isso pagando apenas pelo serviço, sem o ônus de uma carga pesada sobre a estrutura física e operacional

Ernesto Schlesinger.

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