Com a transformação digital tomando conta das empresas, gestores e analistas de negócios agora contam com uma infinidade de soluções para otimizarem e organizarem seu trabalho. Dentre elas estão as ferramentas de Business Intelligence, que permitem rápido acesso e visualização de todos os dados das instituições, descartando a necessidade de acumular números e informações em infinitas planilhas. Mas, apesar dos ganhos com tais tecnologias, o principal desafio que estas mesmas instituições possuem atualmente é o de encontrarem, em meio a um enorme volume de dados, aqueles que de fato são relevantes para a tomada de decisão. Assim a seleção e disposição das informações tornam-se fundamentais na experiência do usuário (User Experience).
A maioria das ferramentas de BI hoje em dia está focada no que se denominou de "sef-service BI", pelas quais os próprios usuários podem criar seus painéis de análises com gráficos e indicadores. À primeira vista parece simples, já na prática a adaptação a esse tipo de funcionalidade pode criar barreiras e em alguns casos até desestimular o uso da tecnologia, em especial pela disponibilização de uma infinidade de informações e dados sem uma organização visual. E isso pode se tornar um pesadelo para quem não dispõe de tempo para filtrar as informações que são de fato relevantes.
O trabalho de organizar visualmente os dados, aproveitando o máximo possível da ferramenta, passa por uma série de etapas. Antes de implementar o BI nas empresas, é preciso entender o perfil de quem irá utilizá-lo, produzindo um briefing. Na segunda fase constrói-se um protótipo por meio de wireframes – um layout de telas no qual o usuário consegue enxergar a interface final da ferramenta e como as informações estarão dispostas.
Nos projetos de implementação do Business Intelligence tradicional, a prototipação normalmente é responsável por cerca de 50% do volume de trabalho da camada visual, e fundamental para evitar frustrações – e, por conseqüência, retrabalho – quanto ao que será entregue.
O é importante seguir cada etapa da construção do BI com base na tríade: tipo de informação, objetivo e público. Só a partir disso, serão definidos os recursos mais adequados para o Business Intelligence da empresa.
Ao identificar o perfil dos usuários, suas expectativas e prototipar com base nestas premissas, pode-se perceber que uma navegação guiada, com análises pré-definidas, será mais proveitosa. Da mesma maneira, caso o perfil dos utilizadores seja mais investigativo, como é o caso de analistas, uma ferramenta de "self-service" possivelmente seja a mais indicada, já que permitirá com que qualquer pergunta de negócio possa ser respondida.
O termo User Experience ultrapassa a ideia de como os usuários irão navegar na interface das ferramentas de BI, ou de como será o "look and feel" da análise de dados. Ao contrário, a verdadeira Experiência do Usuário de BI está em poder manipular as informações mais importantes, da maneira mais rápida e clara possível.
Fica por responsabilidade de designers e desenvolvedores entregar uma ferramenta pronta, personalizada, de fácil manuseio e preparada para responder a qualquer demanda. Dessa maneira, considerar a experiência do usuário na construção do BI possibilita insights de negócios mais valiosos.
Thiago Pessato, cnsultor de Design e Visualização de Dados da Cluster.