A Polícia Federal de São Paulo prendeu nesta terça-feira, 1º, o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan. Segundo nota da PF, os policiais deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva, expedido pelo Juiz Criminal da Comarca de Lagarto, no interior do Sergipe, por "reiterado descumprimento de ordens judiciais, de requerimento de informações contidas na página do site".
As informações foram requeridas para produção de provas a serem utilizadas em uma investigação de crime organizado e tráfico de drogas, a qual tramita em segredo de justiça naquele Juízo Criminal.
Segundo a Polícia Federal de Sergipe, há quatro meses foi encaminhada ordem judicial solicitando informações dos investigados em página do Facebook e em conversas pelo WhatsApp, incluindo dados de localização por GPS, horário das postagens/mensagens e identificação dos usuários. Foram três tentativas que teriam sido ignoradas pela empresa, até que em janeiro deste ano, o juiz da comarca de Lagarto determinou multa diária de R$ 50 mil à empresa. Como a companhia continuou a não entregar as informações, em fevereiro a multa diária subiu para R$ 1 milhão.
O pedido foi expedido pelo juiz Marcel Maia Montalvão, do Juízo Criminal da Comarca de Lagarto, e executado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes de São Paulo.
Dzodan é argentino de Buenos Aires e representa o Facebook e Instagram na região há dez meses. Já foi presidente da SAP no Brasil, América do Sul e América Latina.
O Facebook classificou a prisão de Dzodan como uma "medida extrema e desproporcional". Ele foi detido na manhã desta terça-feira antes de sair para o seu escritório, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Após prestar declarações na Superintendência da PF, na Lapa, o executivo foi transferido ao CDP (Centro de Detenção Prisional).
"Estamos desapontados com a medida extrema e desproporcional de ter um executivo do Facebook escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente do Facebook." Em nota, a empresa informou que "sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter".
"Nós estamos desapontados que os órgãos de segurança tenham tomado essa medida extrema. O WhatsApp não pode fornecer informações que não possui. Nós cooperamos ao máximo nesse caso e, apesar de respeitar o trabalho importante das autoridades, discordamos fortemente dessa decisão", disse o WhatsApp.