Inteligência em tempo real: repensando o papel da monitoração na TI

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Hoje, em meio a um mercado competitivo, é praticamente impossível pensar na expansão ou sobrevivência dos negócios de uma empresa, seja qual for a área, sem a participação ativa da tecnologia. Com a digitalização vivida em diferentes setores, não há espaço para o pensamento retrógrado de que a função do setor de TI é suporte apenas. TI é cada vez mais o negócio.

Quando olhamos para o papel de monitoração da TI, também não podemos apenas vê-lo mais como o monitoramento de recursos, como servidores, links e páginas, e de serviços, como webservices e filas. Muitas vezes a única célula 24×7 (24 horas sete dias por semana) da empresa é o time de monitoração e service desk da TI. Profissionais que se revezam em turnos e cuidam para que os serviços de TI estejam disponíveis. Analisam gráficos, recebem alertas e acionam procedimentos operacionais quando há algum problema em curso.

Diante de toda a transformação que se impõe com a digitalização, precisamos reinventar esta função de monitoração, ampliando o escopo para uma célula de real-time intelligence. Esta modificação, como de costume, engloba pessoas, processos e tecnologia.

Do ponto de vista tecnológico é preciso ampliar o escopo dos dados capturados para passarem a englobar, por exemplo, as experiências do cliente final, dados de venda, eficiência logística, desempenham de canais, entre outros. É claro, que este fluxo de dados gigantesco precisar ser tratado em tempo real por ferramentas especialistas para ajudar quem está na tomada de decisão. As tecnologias de Stream Analytics, ou real-time analtytics, são a base para este tipo de solução.

Do ponto de vista de processos e pessoas, certamente será uma transformação cultural a ser gerenciada.  É preciso vencer barreiras nas diferentes áreas, TI e negócio, estabelecer procedimentos em conjunto e treinar os profissionais de TI neste novo papel. Com certeza um grande desafio, mas a boa notícia é que já existem empresas no Brasil com histórias de sucesso neste ponto.

Talvez o movimento certo seja começar com pequenos casos de negócio a serem monitorados e procedimentos bem elaborados. O simples fato de trazer números de negócio para a operação do dia-a-dia da TI é uma alavanca incrível na direção de uma nova cultura de tecnologia e negócio. É um ciclo virtuoso, onde aos poucos a preocupação com vendas não realizadas, o preço errado cadastrado, ou a lentidão para o parceiro fazer uma cotação, passam a ser a preocupação (e objeto de monitoração) de todos na organização.

Pensar na tecnologia como parceira e como elemento essencial ao negócio será ainda mais decisivo nos próximos anos e pode fazer a diferença para se sobressair em qualquer segmento, especialmente aqueles com atuação digital e que apostam em inovações. Monitoração é apenas um pequeno aspecto neste mundo de desafios, mas com um grande poder de influenciar em uma cultura orientada aos negócios.

Ricardo Clemente, formado em engenharia elétrica pela UFRJ, pós-graduado e possui mestrado em Ciências da Computação pela PUC – RJ. Com mais de dez anos de experiência em TI é CEO da Intelie há sete anos.

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