Robôs digitais e fake news podem ser armadilhas para empresas

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As chamadas 'fake news' – ou 'notícias falsas' – e os robôs digitais – ou 'bots' – têm ganhado espaço na internet e podem prejudicar, e muito, uma empresa sem que ela se dê conta do que está acontecendo. De acordo com Bernardo Lorenzo-Fernandez, da consultoria de Inteligência Digital Folks Netnográfica, esta relação merece muita atenção, pois as empresas podem estar jogando dinheiro fora ou arriscando sua imagem sem saber.

Mas, o que são fake news e bots? Que fake news não é notícia verdadeira, todo mundo sabe, mas pouca gente sabe que é também um ótimo negócio. São geradas a baixo custo, em alta velocidade, com títulos chamativos, em grande quantidade.

Já os robôs são programas que agem de forma autônoma na internet, simulando o comportamento humano. São perfis falsos nas redes sociais. Bots ficam amigos de outros bots, e também de pessoas reais que não sabem da existência deles. São programados para visitar todo tipo de destino na internet, inclusive os portais de notícias falsas e as redes sociais. Simulam uma multidão de pessoas conversando ou vendo seu anúncio, só que é tudo artificial. Agem freneticamente: tanto para difundir opinião e fake news por meio de massificação (cut/paste), a serviço de algum interessado, que paga os programadores; bem como para inflar as audiências de publicidade, enganando os otimizadores de compra de mídia. Esta avalanche de tráfego falso é chamada de NHT, isto é, tráfego não humano, na sigla em inglês.

Lorenzo-Fernandez alerta ainda que cada vez mais verbas do orçamento de Marketing das empresas têm sido alocadas para o Digital. Mas os algoritmos de compra de mídia não distinguem adequadamente robôs de humanos e nem os portais idôneos dos de fake news. Segundo ele, empresa pode estar pagando por audiência falsa, jogando dinheiro fora. Sua publicidade pode estar patrocinando portais de fake news, e sabe-se lá que tipo de interesses escusos por trás deles. O risco de associar sua imagem e marca a páginas falsas e seu orçamento a tráfego não humano não pode ser ignorado.

O executivo alerta que as empresas devem estar conscientes dos riscos. Ao associar sua publicidade ao lado de conteúdos inadequados, sabe-se lá que tipo de interesse a empresa estará inadvertidamente patrocinando; e quanto dinheiro estará desperdiçando com audiências falsas.

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