A indústria da construção civil pode obter muitos benefícios com a integração de softwares de gestão (ERP) a dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Ou pelo menos assim acredita a empresa catarinense Softplan/Poligraph, desenvolvedora do Sienge, um software de ERP voltado exclusivamente para a indústria da construção civil. O programa é utilizado atualmente por 1.205 companhias, que somam mais de 5 mil usuários individuais. Pouco mais de um terço delas (36%) acessam o Sienge no modelo de software as a service (SaaS), através da web. Para estimular a mobilidade, a Softplan/Poligraph recentemente adaptou o Sienge para a visualização em tablets. E pretende no futuro fazer também uma versão para a tela de smartphones. Como incentivo, a empresa está dando um iPad de brinde para alguns novos clientes, dependendo do porte do contrato.
Na construção civil, os insumos chegam em volumes picotados, pois não há espaço para grande estocagem. Além disso, as entregas acontecem em vários locais diferentes, onde se realizam as obras. Engenheiros e especialistas em qualidade acompanham diversos projetos simultaneamente e nem sempre estão presentes quando a matéria prima chega. Assim, é importante que o almoxarife da obra tenha um dispositivo móvel conectado ao serviço de ERP da empresa para informar sobre o vai e vem dos recursos. Dessa forma, o engenheiro responsável, mesmo estando em outro local, pode, também através de um dispositivo móvel, averiguar se as entregas estão sendo feitas no tempo e nas quantidades combinadas. "Um erro de entrega que poderia levar dias para ser descoberto é verificado em questão de horas. Isso é importante porque na construção civil o pior problema é o atraso de uma obra", comenta o gerente comercial da Softplan/Poligraph, Marcus Anselmo. Ele lembra de outra característica dessa indústria que favorece o uso de dispositivos móveis: a falta de espaço para a instalação adequada de computadores em um prédio em construção.
Smartphones
O próximo passo da Softplan/Poligraph é adaptar o Sienge para smartphones. Segundo Anselmo, a empresa não pretende desenvolver um aplicativo móvel, mas apenas otimizar o site para visualização na tela reduzida desses dispositivos. "Apostamos na padronização do HTML, para não dependermos de um ou outro sistema operacional móvel", justifica o executivo.
A Softplan/Poligraph também possui softwares nas áreas de gestão pública e do judiciário. Sua receita anual é da ordem de R$ 80 milhões.
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