Os mercados emergentes em rápido desenvolvimento são considerados os mais importantes no comércio internacional e de logística. O Brasil, em particular, é esperado que se torne uma das cinco maiores economias do mundo. Com a logística sendo considerada o coração da economia mundial, é primordial cada vez mais contar com um provedor logístico que atenda às necessidades do mercado e contribua para o crescimento dos negócios, com destaque para o setor de tecnologia, que é considerado um terreno muito arriscado e incerto.
Devido à sua baixa previsibilidade, a cadeia de suprimentos para o setor de tecnologia tem desafios muito específicos, como a resposta rápida, sazonalidade, melhoria contínua, otimização de custos, visibilidade em tempo real, lançamento de novos produtos em um curto período de tempo e manuseio de itens com ciclos de vida curtos. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de uma cadeia global de fornecimento de armazenagem, distribuição e logística com soluções técnicas e agilidade, aliando velocidade, flexibilidade e confiabilidade, com melhora de custos e simplificação dos negócios das empresas do setor, ajudando-as a agilizar o seu crescimento.
Também deve ser notado que há algumas mudanças na tendência das cadeias de abastecimento da atualidade. Para atender à demanda global e as transformações dinâmicas do mercado, as cadeias de fornecimento estão sendo substituídas por modelos específicos desenhados de acordo com a região geográfica em razão do ciclo de vida curto, com as empresas do setor movendo suas fábricas para ficarem mais próximas do consumidor final. Isso significa que a produção está sendo regionalizada.
A vida útil cada vez menor de muitos produtos de tecnologia é um desafio em qualquer mercado, com pouca margem para erros. A velocidade vertiginosa com que o setor se altera faz com que os mercados emergentes sejam uma opção ainda mais incerta do que nos já maduros, onde os padrões de demanda e a adoção de tecnologias são mais conhecidos e entendidos, assim como os protocolos para negócios nos países desenvolvidos.
O curto prazo de vida dos produtos do setor, bem como o crescimento aleatório da demanda, faz com que os fabricantes busquem cada vez mais terceirizar a logística com um parceiro especialista, em busca, principalmente, do custo e da velocidade adequados ao atendimento de suas necessidades.
Os mercados emergentes apresentam grandes oportunidades para o segmento de tecnologia. Mas quando são analisados os níveis de infraestrutura e o crescimento inesperado na demanda com as pressões do setor – incluindo as expectativas por um serviço eficiente, inovação de produtos, preços competitivos e customização – o resultado é a incerteza. Esses riscos são específicos para alguns mercados e as empresas não têm familiaridade para fazer negócios em diferentes e já estabelecidas localidades.
Para operar com rentabilidade em face da incerteza, as empresas devem combater e gerenciar riscos adotando as melhores práticas, como o modelo de regionalização da cadeia de suprimentos, que possibilita estar em melhor posição para responder as variáveis e desafios do mercado e também competir com fabricantes locais.
Existem três práticas que o setor de tecnologia deve adotar para capitalizar as oportunidades de crescimento nos mercados emergentes. São elas:
1. Gerenciar o risco por meio de uma abordagem à penetração de mercado que seja ordenada e flexível;
2. Priorizar a conformidade e a qualidade desde o início, em vez de buscar soluções rápidas e de baixo custo;
3. Evitar uma abordagem "padronizada" no mercado.
Os mercados emergentes eram vistos apenas como um lugar para produzir produtos, devido aos baixos custos de mão de obra. Porém, esse paradigma mudou. Atualmente, os mercados emergentes estão rapidamente aumentando a demanda, uma tendência que traz muitas implicações para as cadeias de suprimentos do setor de tecnologia.
As empresas devem criar cadeias de suprimentos flexíveis, adaptáveis e capazes de expandir e se modificar com base nas condições de mercado e demanda do consumidor final. É neste sentido que é fundamental atuar com um parceiro logístico estratégico e que possa fornecer um ambiente onde as empresas possam prosperar em mercados emergentes com custos competitivos e redução de risco.
Os mercados emergentes apresentam constante evolução e têm suas próprias particularidades e desafios. Entre eles, um crescimento imprevisível na demanda, causado por uma classe média em ascensão, com poder de compras crescente, tendo como contrapartida uma maior volatilidade, exposição a riscos diversos, problemas de segurança e infraestrutura. A estimativa é de que até 2025, os países emergentes responderão por 48% do consumo de produtos de tecnologia.
Marcos Menna, diretor sênior de operações da DHL Supply Chain, com mais de 20 anos de experiência em logística e cadeia de suprimentos, com destaque para o setor de tecnologia.