A tecnologia 5G já é uma realidade! Mas pra quem exatamente?

0

É recente a implementação da tecnologia 5G standalone em algumas capitais brasileiras e isso gerou empolgação e matérias em todos os meios de comunicação. Mas também proporcionou alguns temas para debate.  

O primeiro é que algumas operadoras já colocavam aquele ícone de 5G nos aparelhos mobile em determinados locais. Apareceu prá você também? Ocorre que com a melhoria de velocidade ainda na banda do 4G, algumas operadoras passaram a transmitir em 4,5G ou 5G non standalone. Trocando em miúdos é um puxadinho bem arrumado: transmissão mais veloz que 4G, mas que continua na mesma banda de transmissão e utilizando as mesmas antenas do 4G. 

Tá, mas e esse 5G de agora, como é? É o tal do standalone, que funciona numa largura de banda de transmissão própria, utiliza suas próprias antenas e precisa de aparelhos smartphones habilitados para essa tecnologia.  

Olhando para uma amostragem de 4 milhões de usuários dentre os que acessaram nossos conteúdos Standout* por meio de smartphones, apenas 5% possuem aparelhos preparados para o 5G. Inclusive existem modelos como os iPhones 12 e 13, que devem passar a aceitar o 5G no Brasil somente a partir de setembro. 

Esse é outro tema de debate, porque apesar da base de iPhones no Brasil representar um share muito pequeno, inferior a 10%, e ainda assim concentrada em modelos mais antigos, o Ministro Fabio Farias liderou uma comitiva aos EUA, para fazer essa solicitação diretamente na Apple.  Se tomarmos por base nossa amostragem*, na qual mais de 60% dos acessos são feitos via aparelhos mais antigos (lançados até no máximo 2019 – ano lançamento do iPhone 11), podemos estimar que a base brasileira de iPhones 12 e 13 não represente nem 4% do total, o que por si só não justificaria tal comitiva.  

Voltando a empolgação gerada, a maior parte dela é fruto do aumento da velocidade e diminuição da latência do 5G. O aumento de velocidade é mais fácil de entender: segundo dados do OpenSignal e Ookla Speedtest nossas operadoras "já" estão entregando 50 Mbps de download, que é o quase o dobro do que era entregue no 4G, mas ainda longe do 1Gbps (1000 Mbps) prometido para nossos coraçõezinhos tão ansiosos.  Já a redução de latência pode ser entendida como a diminuição do tempo que leva pra mensagem que você manda chegar no servidor de destino. Isso é algo que vai ser mais facilmente apreciado pelos gamers e espectadores de jogos esportivos (diminuindo aquele famoso delay). 

As possibilidades dentro do universo da comunicação são promissoras, devendo ampliar as experiências imersivas, de propaganda a live commerce, passando por todo conteúdo digital. Aplicações de Internet das Coisas (IoT) devem se valer do 5G para crescerem e se multiplicarem, no campo e nas estradas. 

Mas num país continental e de desigualdades como o Brasil, no qual segundo dados do IBGE, mais de 70% das propriedades rurais ainda não possuem nenhum tipo de conexão de internet, no qual 85% dos aparelhos* ainda possuem apenas 4 Gb de memória ou menos, pra quem é o 5G? 

Andréa Miranda, cofundadora e CEO da STANDOUT. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.