Uma grande tendência de segurança entre os fabricantes de smartphones como Apple e Samsung é a leitura biométrica – em ambos os casos, por meio de impressão digital. A proposta da canadense Bionym é eliminar até a etapa de precisar colocar o dedo no sensor. A companhia está por trás da pulseira inteligente Nymi, um dispositivo vestível (wearable device) que permite autenticação por meio de reconhecimento dos batimentos cardíacos do usuário.
Segundo o CEO da empresa, Andrew D'Souza, a ideia não é fazer uma simples pulseira inteligente para monitoramento de atividades físicas. "Não queremos construir um dispositivo vestível (tradicional), nosso negócio é ajudar na prevenção ao roubo de identidade, provendo maior segurança", disse ele durante apresentação nesta quarta-feira, 1º, no Fórum Mobile + em São Paulo.
D'Souza garante que a taxa de falsos positivos e negativos no processo de autenticação da Nymi é semelhante ao de leitores de impressões digitais. "Nos últimos seis meses, desenvolvemos o equipamento. E quanto melhor fica o hardware, melhor fica o algoritmo", detalha. O executivo explica que, mesmo se a pessoa estiver com batimentos acelerados ou tomando medicação, por exemplo, a assinatura do eletrocardiograma (ECG) do usuário continua única e identificável. A pulseira registra cinco amostras por segundo para fazer a medição, o que garante um sistema de autenticação contínuo.
A pulseira se comunica via Bluetooth Low Energye (BLE) com vários dispositivos por meio de aplicativos específicos para Android, Windows, Mac OS X e iOS. Além das funções de autenticação, a Nymi permitirá receber notificações, desbloquear os telefones (menos o iPhone) e até efetuar comandos por meio de gestos. O CEO da Bionym declara estar negociando com empresas de pagamento e companhias de fechaduras para a implantação de um sistema que converse com a pulseira.
A Nymi está disponível inicialmente em pré-venda por US$ 79, com possibilidade de entrega ao Brasil via importação. Segundo D'Souza, a primeira leva ainda está em testes na sede da Bionym em Toronto, enquanto o projeto aguarda mais interessados – atualmente há 8.960 pedidos online. "Esperamos os primeiros 1 mil nos próximos meses, e vamos lançar antes do final do ano", prometeu. No futuro, talvez o Nymi evolua para um relógio inteligente. Perguntado por este noticiário, Andrew D'Souza disse que há a possibilidade de implantar no futuro, em uma segunda versão, uma tela como nos concorrentes Apple Watch e Moto 360. Mas ainda não há previsão no momento.