Os meios eletrônicos de pagamento vieram para ficar e vão avançar cada vez mais. É um mercado novo, no qual todos ainda estão se ajustando, mas o segmento das empresas que aliam finanças e tecnologia têm tudo para crescer e se desenvolver nos próximos anos.
Esse é um nicho em que a inovação está muito presente, com as cooperativas de táxi, por exemplo, desenvolvendo suas atividades por meio de aplicativos, o mesmo ocorrendo com os serviços de alimentação e entrega, vendedores porta a porta e ambulantes em geral, com as operações realizadas diretamente pelo celular, algo inimaginável pouco tempo atrás.
A diferença principal do novo modelo de negócio está no acesso ao pequeno varejista, que atende as classes C e D, fatia onde os cheques vêm sendo substituídos pelas leitoras de cartões de crédito.
O segmento é composto por lojistas, profissionais liberais, prestadores de serviços que trabalham com crédito e a possibilidade de parcelar pagamentos. Basicamente, é o cheque eletrônico pago em algumas vezes.
O nicho que está surgindo são os setores mais pulverizados ainda não atendidos com soluções específicas, justamente a proposta das fintechs subadquirentes, que chegam para atender uma faixa do mercado hoje desassistida.
Do lado do comércio uma das queixas recorrentes é a demora em receber. Com a fintech na operação o crédito é antecipado, podendo estar na conta do cliente em 2 ou 3 dias, e com taxas mais atraentes em muitos casos.
Além disso, os grandes adquirentes não têm produtos customizados. Possuem uma plataforma ampla e que funciona bem, mas atendem de modo generalizado, sendo as máquinas fornecidas pelos bancos mediante a abertura de uma conta corrente.
Já as fintechs subadquirentes vão até o comércio, entendem as suas necessidades e customizam produtos de acordo com o segmento.
Trata-se de um mercado muito pulverizado, com o tíquete médio na casa dos R$ 100, e um grande volume de transações com praticamente toda a parte do processamento realizada de forma eletrônica.
A ideia é antecipar automaticamente o crédito de todas as operações parceladas ou aquelas que o usuário da máquina queira antecipar.
Pode-se, portanto, resumir a fintech subadquirente como uma grande empresa de fluxo de caixa com uma gestão ferrenha neste campo, tendo na outra ponta uma potente ferramenta de pagamento eletrônico.
Estamos diante de um caminho sem volta e quem investir agora nessa oportunidade tem tudo para comemorar bons resultados antes mesmo da tão esperada retomada econômica.
Luiz Carlos Casante, economista e sócio da Soulpay.