20 anos da revolução Facebook

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Neste domingo, dia 04 de fevereiro, celebram-se 20 anos desde a criação do Facebook. A data faz alusão ao lançamento, em 2004, do site chamado "TheFacebook", por quatro estudantes da Universidade de Harvard. No início, a interface era restrita aos universitários dos Estados Unidos. Entretanto, logo foi permitido o acesso a qualquer pessoa maior de 18 anos, atingindo a marca de 12 milhões de usuários já em 2006.

O crescimento acelerado do Facebook fez com que os sites para interação social então utilizados – como o Orkut, no Brasil – se tornassem obsoletos. Ao longo dos anos, a plataforma foi ampliando as suas funcionalidades e ganhando cada vez mais adeptos, influenciando a maneira como as pessoas se expressam e se comportam e ainda modificando profundamente a área de comunicação e marketing.

Embora alguns especialistas tenham apontado para um declínio do Facebook nos últimos anos, a rede social permanece como a mais popular em todo o mundo. Em julho do ano passado, a plataforma atingiu a incrível marca de 3 bilhões de usuários ativos por mês, o que representa 40% da população mundial. Quase 70% dos usuários acessam a interface diariamente e a média de tempo despendido nesse ambiente digital é de aproximadamente 20 horas por mês.

Essa popularidade também é registrada nas outras redes sociais da Meta Platforms, empresa detentora do Facebook. O WhatsApp e o Instagram possuem, cada um, 2 bilhões de usuários ativos no mundo e o Messenger, 980 milhões. Ainda de acordo com a companhia, mais de 100 bilhões de mensagens são compartilhadas todos os dias por meio de aplicações da Meta Platforms.

Todo esse sucesso faz com que a plataforma, inclusive, seja objeto de pesquisas acadêmicas. Existem diversos estudos que abordam o impacto das redes sociais na sociedade, em especial na forma como as pessoas passaram a se comunicar e a se expressar. Contatou-se que os usuários mudam o seu comportamento e esforçam-se para serem identificados pelos algoritmos, em uma tentativa de receber um maior número de visualizações e de curtidas. Também há preocupação em relação à dependência que as redes sociais da empresa têm causado nas pessoas, principalmente nos mais jovens.

Na área de marketing e comunicação, a influência do Facebook começou a ser mais fortemente percebida em 2007, quando foi permitida a veiculação de publicidade na interface. A partir de então, a plataforma passou a ser vista como uma mídia, extremamente interessante por possibilitar uma segmentação apurada dos públicos. Atualmente, a Meta é a segunda empresa mais procurada pelos anunciantes, atrás apenas do Google.

O sucesso do Facebook pode ser atribuído, justamente, a esse poder de segmentação. Com isso, os anunciantes têm à sua disposição perfis de consumidores bastante específicos, aumentando a precisão e os resultados dos esforços de marketing. E isso só é possível graças à enorme quantidade de dados fornecidos por seus usuários, consciente ou inconscientemente.

A coleta, processamento e armazenamento de dados, entretanto, já suscitou diversos questionamentos ao Facebook. Em 2018, a companhia foi acusada de compartilhar dados de usuários com a empresa Cambridge Analytica, que atuou na campanha presidencial de Donald Trump. A plataforma também foi investigada sobre uma possível influência no plebiscito sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. E, além dessas, há outras controvérsias em que a empresa esteve envolvida ao longo dos anos.

Mais uma crítica frequente ao Facebook é que a rede social nem sempre é transparente em relação às suas políticas e critérios de valorização de conteúdos. Além disso, seu algoritmo altera-se constantemente, exigindo dos profissionais que trabalham junto à rede social uma atualização frequente.

Ainda relacionado aos trabalhadores de comunicação e marketing, o Facebook, assim como outras redes sociais, foi responsável por uma extensa transformação nesse campo. À medida em que se expandiram as funcionalidades e as formas de interação dos usuários, o trabalho desempenhado junto a esse ambiente digital tornou-se mais elaborado. Essa situação, inclusive, colaborou para o surgimento de novas ocupações laborais que eram incomuns 10 ou 15 anos atrás, como analista de mídias sociais, gestor de mídias sociais, analista de marketing digital, entre outros.

Essas novas atividades e ocupações representaram um interessante campo de atuação para os profissionais da área, frente à crise enfrentada pelos veículos de comunicação e agências tradicionais. Por outro lado, para que o trabalho tenha resultados satisfatórios, é necessário seguir à risca, por exemplo, os formatos mais valorizados ou outros aspectos determinados pelas plataformas.

Evidentemente, o Facebook impulsionou muitas alterações na forma como vivemos atualmente e como o trabalho na área de comunicação e marketing é desempenhado. Como toda mudança, trouxe consigo aspectos positivos e outros negativos. Ao completar 20 anos, esse retrospecto é interessante, como maneira de aprendermos todas as nuances envolvidas nas decisões tomadas pela empresa, assim como o possível impacto à sociedade.

Fabíola Cottet, sócia-diretora da agência digital MAVERICK 360.

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