Três anos de Open Finance: conquistas, desafios e o que vem pela frente

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Três anos se passaram desde que o Open Finance foi implementado no Brasil, em fevereiro de 2021, marcando uma transformação sísmica no setor financeiro como o conhecíamos. Como diretor de uma fintech atuante nesse cenário, é fascinante analisar o impacto, as oportunidades e desafios que surgiram nesse período, além das perspectivas para a próxima fase.

O sistema financeiro aberto permitiu a visão holística da vida financeira dos usuários e, consequentemente, desencadeou uma competição saudável entre instituições do setor na busca incessante por serviços diferenciados. Produtos financeiros customizados, interfaces de usuário intuitivas e ágeis tornaram-se a norma, beneficiando diretamente os consumidores.

A personalização de serviços, redução de taxas e criação de produtos inovadores foram apenas o começo. A competição acirrada levou a taxas mais justas e a busca constante por melhorias. Nesse sentido, a parceria entre agentes do setor tem se fortalecido. A inovação de fintechs, combinada com a infraestrutura e base de clientes das instituições tradicionais, resultam em soluções mais abrangentes e acessíveis.

Como toda e qualquer tecnologia, a implementação do Open Finance não foi isenta de desafios. Questões relacionadas à segurança, privacidade e interoperabilidade foram barreiras iniciais. Ao longo do tempo, esforços colaborativos entre reguladores, empresas do setor de pagamento e serviços financeiros levaram a soluções eficazes, superando gradualmente os obstáculos.

Não podemos esquecer, é claro, de outros protagonistas dessa jornada: a inteligência artificial e o blockchain. Eles não apenas aprimoraram as operações, tornando-as mais eficientes, mas também elevaram os padrões de segurança, criando uma base sólida para o compartilhamento de dados sensíveis e consolidando, assim, a confiança no sistema.

Como prova disso, observamos uma mudança significativa dos consumidores em relação ao compartilhamento de dados. Eles agora valorizam a transparência e conveniência oferecidas por essa abordagem, embora ainda haja uma parcela de usuários cautelosos. A tendência é que a confiança continue a aumentar à medida que os benefícios se tornem evidentes. Até lá, o consumidor será educado diariamente.

Para 2024, as expectativas são promissoras. Espera-se que novas formas de interconectividade e a ascensão de tecnologias como 5G e computação quântica moldem ainda mais o cenário do Open Finance. Também vislumbro uma legislação mais madura e a colaboração profunda entre os participantes do ecossistema financeiro, resultando em uma gama cada vez maior de produtos e serviços.

Em resumo, tudo aponta para um futuro financeiro mais eficiente e inclusivo. À medida em que enfrentamos os desafios e abraçamos as oportunidades, fica claro que o Open Finance não é apenas uma mudança de paradigma: é um catalisador para uma era que beneficia players e, acima de tudo, consumidores. Estou ansioso para as possibilidades que o futuro reserva e, assim como o sistema, as portas estão abertas.

Cristiano Maschio, CEO da Qesh.

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