A chegada da computação em nuvem vem mexendo com o mercado de tecnologia da informação e está trazendo aos profissionais do setor novas possibilidades no desenvolvimento, implementação e execução de projetos que envolvem toda infraestrutura e ambiente de TI. Essa tecnologia tem como premissa solucionar a maioria dos pontos mais críticos e, como consequência, otimizar os recursos de TI, posicionando a área como propulsora para o crescimento da rentabilidade e da produtividade de uma empresa.
Uma das questões mais críticas em TI é o fator de previsibilidade, principalmente, em ambientes com pequena tolerância a falhas. A falha, paralisação ou queima não prevista de um hardware específico, por exemplo, pode acarretar em queda de serviços e de comunicação. Em sistemas mais críticos, pode prejudicar todo o processo produtivo de empresa, gerando altos custos financeiros e perda de produtividade e qualidade de atendimento e, em casos mais graves, levando a interrupção de contratos. Por isso, ao longo dos anos, foram desenvolvidos mecanismos para que a TI estivesse mais bem preparada em situações de crise.
Apesar da maturidade de alguns desses recursos, não é possível compará-los com a vantagem de previsibilidade consistente oferecida pela computação na nuvem. Os serviços na nuvem sempre estarão disponíveis e imprevistos com hardware ou comunicação, que são os mais comuns, não ocorrem. O sistema é muito dinâmico, antecipando potenciais ameaças e detectando possíveis falhas. Assim, caso haja um problema em um hardware sempre haverá outro para substituir o seu lugar e sua função.
Outra característica da nuvem é a redundância garantida e transparente, no qual todos os recursos são gerenciados pelo sistema que a controla. Por isso, ao aparecer uma falha em qualquer parte desse sistema, as redundâncias garantem que o sistema não deixará de funcionar. Essas redundâncias funcionam como uma cópia de emergência. Isso significa que caso uma parte tenha seu funcionamento interrompido, sua cópia entrará em ação. A redundância de servidores é uma prática usual do mercado, mas, se um recurso interno desse servidor falhar, será necessário chamar um técnico para resolver a questão, demandando tempo. Em cloud, esse tipo de problema não irá ocorrer, uma vez que o próprio sistema consegue administrar os recursos.
Além da redundância, servidores são limitados e podem sofrer com ataques de negação de serviço, no qual um grande número de requisições congestiona esse servidor. Já em uma nuvem, esse ataque é mais difícil de ocorrer, pois o sistema irá realizar um balanceamento de requisições entre os diversos servidores existentes. Esse modelo evita também que os dados críticos para a empresa sejam perdidos em catástrofes, como incêndios, terremotos, enchentes, pois os servidores não necessitam estar todos no mesmo local físico, e as informações sigilosas que navegam por esse sistema podem ser criptografadas para evitar roubo de dados.
A nuvem possui uma capacidade virtualmente infinita. Em termos de infraestrutura, ela permite adicionar ou reduzir sua capacidade, de acordo com a demanda solicitada pelo cliente. Com isso, não é necessário investir em hardware ou na infraestrutura de aplicações. Assim, não existe um mau uso dos recursos e não será preciso lidar com situações de bens imobilizados desgastado. E, o melhor benefício, é que a empresa poderá contar com a ampliação ou redução do serviço no momento em que solicitar. Isso otimiza recursos da área de TI e auxilia no planejamento orçamentário, com o direcionamento mais adequado dos investimentos.
A automatização de processos de TI é outra vantagem da cloud computing. A definição das políticas e níveis de serviços são mapeados pelos recursos que estão inseridos no sistema, criando, assim, um ambiente otimizado, altamente eficiente e autogerenciável, o que resulta em um melhor desempenho da área de TI. A manutenção de softwares e a integração de serviços também são mais simples nesse modelo, uma vez que a configuração é mais simples por conta da não preocupação com a plataforma ou sistema que sustenta a infraestrutura da empresa.
Por fim, o principal benefício do cloud computing é a sua oferta como serviço, que reduz o custo total de propriedade (TCO, na sigla em inglês) e os gastos com despesas de capital (Capex), já que o investimento financeiro inicial é praticamente nulo. Com isso, não há depreciação do ativo, no caso de servidores, e não é necessário ter contratos de licenças ou subscrições de software, uma vez que basta comprar o serviço do software de acordo com a demanda. Todas essas características e vantagens da computação na nuvem mostram que o modelo veio para se estabelecer como um das principais plataformas a serem utilizadas pela área de TI nos próximos anos.
* Tasso Silva é programador na operadora Tellfree e mestrando em ciência da computação no IME/USP.