Hoje apenas 5% da venda de software no mundo é oferecida como serviço, mas os fornecedores começam a migrar seus modelos de negócios para oferecer esta opção. Empresas como a SalesForce, que oferece CRM, a Autômatos para auditoria de monitoramento, a Corplex com data center, e a Benner com ERP, têm ofertas que não contemplam mais apenas a venda de licenças.
Severino Benner, diretor geral da Benner Sistemas, diz que no caso do ERP uma venda 100% de serviço ainda está longe da realidade. ?Antes o modelo ainda estava pouco difundido, o custo do link era muito alto, o cliente não tinha confiança na terceirização e poucos eram 100% web. Com a certificação digital, processos de workflow, códigos abertos e web services esse modelo foi se difundindo, principalmente entre as pequenas e médias empresas pela facilidade de crédito?, diz Benner.
Entre os desafios, principalmente no caso do ERP, ele aponta a falta de interfaces mais amigáveis, dificuldade no compartilhamento de informações e usabilidade. ?A receita dos fornecedores de software virá de serviços agregados, não mais do produto em si?, diz o executivo.
A Navita que oferece soluções de software para o mercado corporativo, e a Zartana que oferece e-mail marketing e mobile marketing migraram seu modelo de venda para SaaS. Roberto Dariva, diretor executivo da Navita, destaca que essa modalidade ?não é o velho software pensado como aluguel. Ele é algo totalmente novo?.
O software como serviço, na opinião do executivo, também não é um ASP (application service provider) ou um pacote vendido pelo data center. O modelo permite redução de custo de investimento em hardware e software, redução do tempo de implementação, fácil manipulação, gerenciamento e inovação de forma mais rápida.
Entre os desafios ele aponta que o sistema não é 100% customizável, precisa de integração com o legado da empresa, e cuidados com a conectividade. ?Um bom link, e redundante, é fundamental. Hoje com a oferta de banda larga esse modelo ficou muito mais viável?, diz. A Zartana também está investindo no modelo de SaaS em aplicativos para o Blackberry, já que esse modelo de serviço se adapta bem à mobilidade.
A Microsoft, segundo Otavio Pecego Coelho, gerente geral de arquitetura, não aposta em software como serviço "puro" mas em um modelo híbrido: software mais serviço. ?Existem ambientes em que o usuário quer um processamento local em que vai optar por compra de software, outro ambiente em que pode adquirir o serviço, ou adotar um modelo de host de suas aplicações?, afirma o executivo. Nesse conceito a empresa, que tem quatro data centers para serviços mundiais, aposta nos provedores de serviços ou ISPs, e VARs (integradores de soluções) como seus parceiros de negócios.
João Alfredo Pimentel, da Corplex, empresa que oferece hardware e software como serviço aos clientes por meio de data center, destaca que a opção de SaaS permite a redução de custos em TI em torno de 40%. ?Dá poder de escolha ao usuário, reduz o tempo de projetos e permite ciclos de desenvolvimentos mais rápidos?, diz.
O diretor da Automatos, Moysés Rodrigues, diz que a oferta de SaaS hoje é "natural" dentro do ambiente de TI. A empresa oferece serviço de monitoramento de desktops e atualização automática de software, tirando dos clientes a responsabilidade de controlarem todo o seu ambiente de negócios.
Os executivos participaram nesta quarta-feira, 2/4, em São Paulo, do 1o. Seminário Software como Serviço, promovido pela TI INSIDE e realizado pela Converge Comunicações.