Descarte de eletrônicos: ecologicamente correto e financeiramente viável

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A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, ganha cada vez mais força no cenário nacional. Instituída pela Lei nº 12.305, a PNRS determina que os municípios têm até agosto de 2012 para se adaptarem e colocarem em prática alguns requisitos a fim de atenderem a coleta dos materiais, o descarte correto e a destinação adequada dos resíduos sólidos.


Entretanto, apesar de estar em um ótimo momento, midiático e de organização, devido sua grande exposição, a logística reversa ainda não é compreendida de forma plena por muitas empresas, que tentam decifrá-la para se adequar às questões legais e de sustentabilidade. Em contrapartida, existem as empresas que há muito já tratam esse assunto de maneira prioritária e hoje traçam tendências e propõem fluxos ao mercado.


Ciente do grau de importância da destinação correta dos materiais descartados, principalmente do lixo eletrônico, a TGestiona,empresa logística do Grupo Telefônica, acredita que a Política Nacional de Resíduos Sólidos é um instrumento de desenvolvimento econômico e social. Assim, antes mesmo de a nova legislação entrar em vigor, a empresa já adotava esta prática, posicionando-se como uma das pioneiras a atuar no Brasil. Com 10 anos de experiência no mercado, a TGestiona atua desde 2006 com logística reversa.

Na época, foi iniciada a coleta de 7 mil equipamentos por mês, entre celulares, modems, antenas e placas telefônicas. Em 2010, a empresa se tornou uma das maiores especialistas em logística reversa, devido ao volume trabalhado e a expertise adquirida, condecorando a Central de Reversa criada como o Projeto Inovador do Ano pela Fundação Getúlio Vargas. Hoje realiza a coleta e triagem de 120 mil aparelhos por mês, e a Central de Logística Reversa, localizada em um dos 7 Centros de Distribuição da TGestiona, ocupa 8.000 m2 .


Analisando financeiramente, a grande preocupação do gestor que pretende implementar um processo de logística reversa, a TGestiona conseguiu demonstrar aos clientes que 80% de determinado produto que retornava era reutilizável, reduzindo em até 50% os gastos no investimento de um aparelho novo. Além disso, sua estrutura de agendamento e roteirização permite o aproveitamento do mesmo veículo e profissional que faz uma entrega para também fazer uma coleta, otimizando o aproveitamento do percurso de ida e volta. Ou seja, é possível, reduzir os custos operacionais, aliando inteligência, conhecimento prático, às questões sustentáveis.

A eficiência é alcançada com a perfeita sintonia entre novos processos de coleta, agendamento da retirada do produto com o consumidor, a adequação de um roteiro de percurso efetivo, uma triagem qualificada, definição de KPIs específicos e SLAs objetivos para o processo.

Com a assinatura de Termos de Compromissos Setoriais de Resíduos Sólidos entre a Secretaria do Meio Ambiente e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), no dia 28 de fevereiro, o governador Geraldo Alckmin, em audiência com representantes paulistas dos setores produtivos responsáveis pelos resíduos pós-consumo de embalagens de pilhas e baterias portáteis, detalhou como irão funcionar os sistemas de logística reversa dos resíduos pós-consumo em cada um desses setores.

Brasil lidera ranking de produtor de resíduos eletrônicos entre os emergentes

Uma ideia da importância da adequação por parte das empresas pode ser conferida nos dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em 2011, o mercado brasileiro de telefonia celular recebeu nada menos que 39,3 milhões novas linhas, maior volume nos últimos anos. Outro setor das comunicações que registrou crescimento vertiginoso foi o da internet. A banda larga móvel dobrou de tamanho no país, passando de 20,6 milhões de acessos para 41,1 milhões, somando-se telefones celulares e modens de acesso. O relatório da ONU, denominado Reciclando – Do lixo eletrônico a recursos, estima que anualmente são geradas 40 milhões de toneladas desse tipo específico de resíduo no mundo e coloca o Brasil em primeiro lugar, entre os países emergentes, em acúmulo de lixo eletrônico per capita.

Por isso, identificando os responsáveis por cada fase do processo, coleta, tratamento, transporte e destinação final, a empresa se empenha em concluir todas as etapas do ciclo de vida dos resíduos para chegar ao nível de gerenciamento de países europeus, por exemplo. Além da questão da sustentabilidade, a empresa garante também que o descarte responsável dos produtos que entrega traz também retorno financeiro e redução dos gastos na operação. Com a experiência conquistada no mercado de logística reversa, a TGestiona tem sido consultada não só para criar soluções ecologicamente corretas, mas também, financeiramente viáveis, gerando ganhos de receita e até de produtividade.

Mauricio Pastorello é diretor de logística da TGestiona Logística

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