O secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, anuncia nesta terça-feira (3/7), durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, no Rio de Janeiro, a disponibilidade do Ginga no Portal do Software Público.
O software de middleware (camada de software intermediário) permite o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV digital por produtores de conteúdo, independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso ?? os set-top boxes que serão necessários nas residências para o recebimento do sinal digital. O software também possibilitará que os conteúdos sejam exibidos por diferentes sistemas de recepção como televisão, celular e PDAs (palmtops).
?Esse é um avanço muito importante para a consolidação da linguagem do middleware da TV digital brasileira?, destacou Santanna. ?Ao desenvolver suas soluções através de um middleware aberto e livre, a indústria nacional seguramente larga na frente dos demais países pela possibilidade de cooperação que se estabelece desde já.?
Segundo o professor do Laboratório TeleMídia do Departamento de Informática da PUC-Rio e responsável pelo projeto, Luiz Fernando Gomes Soares, o midwlare do Ginga é o único desenvolvido em software livre no mundo. Ele explicou que já existiam ferramentas livres para a transformação de conteúdos em sinal digital, mas ainda não havia nenhuma solução livre para a interface de apresentação dos conteúdos da TV digital para o telespectador. Ele disse que o Ginga é um projeto pioneiro porque reúne essas duas funcionalidades.
O projeto é uma iniciativa de vários grupos que envolvem a Associação de Software Livre (ASL), a Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), o Comitê para Democratização da Informática de Pernambuco (CDI-PE), do Tangolomango, da Universidade Federal da Paraíba UFPB e da PUC-Rio.
O Ginga ficará disponível a toda a sociedade no portal do http://www.softwarepublico.gov.br, administrado pela SLTI. Com esse compartilhamento, os desenvolvedores do software buscam a melhoria da solução e evolução das suas linguagens.
?Queremos democratizar esse conhecimento que é de propriedade pública?, afirmou Soares. ?Também sabemos que a disponibilização contribuirá para a sua evolução tendo em vista que um número muito maior de desenvolvedores e programadores terá acesso ao código.?
O Portal do Software Público Brasileiro, lançado em abril deste ano no 8º Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre é um ambiente colaborativo que disponibiliza soluções livres desenvolvidas no âmbito dos Governos Federal, estaduais e municipais para o aprimoramento dos aplicativos ali disponibilizados. Atualmente, outras sete soluções já estão disponíveis no Portal do Software Público e o número de membros das suas comunidades já ultrapassa 7 mil.